SECOS E CHAPADOS
Saí da aula por volta das 8 da noite. Era sexta feira, ainda que fosse o último dia útil da semana, eu tinha aula no sábado de manhã. Nas últimas duas aulas que tive no final de semana eu assisti de ressaca e virado da sexta anterior. Dessa vez poderia ser diferente, mas não foi. Eu estava com uma enorme vontade de fazer alguma social em minha casa. Queria beber umas, fumar, seja lá o que for. Uma, duas, três aulas em estado deplorável não vão fazer diferença. Ou vão.
Fui seguindo para casa, comendo um X-tudo delicioso. A falta de comida em casa nos obriga a fazer tais atrocidades a nossa saúde. Seguindo a rua, vejo um carro de polícia estacionado e uma movimentação. Era apenas mais um jovem tomando uma prensa por conta de um prensado. Ai, ai. Aquele garoto só queria dar uma relaxada. Enquanto isso, eu do outro lado da rua passando com meu x-tudo e entupindo minhas artérias de gordura além de um latão de antártica. Que repressão mais sem sentido.
Chego em casa depois de 30 minutos de caminhada. O dinheiro que economizo na passagem de ônibus vou juntando para de vez em quando poder assistir um show de strip-tease que tem do lado do meu apartamento. Ligo para uns amigos colarem pelo meu ``ap``, mas sem sucesso. Apenas uma amiga, Matilde, acabou aparecendo. Conheci ela na faculdade, está na mesma turma que eu. Sempre quando começa a falar, fixo meus olhos nela, e fico admirando. Além do sotaque que é uma graça, ela fala coisas interessantes.
A gente começou a assistir um filme, mas paramos no meio e fomos dormir. Na mesma cama de Matilde, fiquei meio nervoso. As vezes é estranho ficar tão perto de uma menina apaixonante, ainda mais espremido em uma cama de solteiro. Rapidamente, sem querer nossas bocas se encontraram. Por um momento foi intenso, o foda foi minha boca seca depois de uns baseados.
Acordei no dia seguinte. Puta que pariu. Eu tenho namorada. Não devia ter feito aquilo. Se eu pudesse voltar no tempo, voltaria! Não ia fumar aquele baseado, o beijo seria muito mais molhado.
Arnold de Moraes
O teu texto se destaca na desconstrução na conclusão pq já estava achando clichê mais uma historinha de amor ou romance mas vc logo veio dizendo q não se arrepende por ter traído a namorada e sim pq nao pode aproveitar além. Kkkkk
ResponderExcluirO teu texto se destaca na desconstrução na conclusão pq já estava achando clichê mais uma historinha de amor ou romance mas vc logo veio dizendo q não se arrepende por ter traído a namorada e sim pq nao pode aproveitar além. Kkkkk
ResponderExcluirA ultima frase foi ótima, uma conclusão de crônica mt boa.
ResponderExcluirGostei do jeito que a situação foi descrita, da crônica em geral também, só não encontrei a relação com o recalque.
ResponderExcluirA crônica em si é interessante, mas acredito que ela não tenha relação com o tema proposto.
ResponderExcluirA crônica foi bem elaborada, com uma linguagem simples e objetiva. O recalque fica evidente no fato do "querer x ter". Parabéns.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAdorei o desenrolar da crônica e como foi algo que facilmente qualquer pessoa pode se identificar. Não sei se todo mundo conseguiu identificar o recalque no texto, mas eu achei bem interessante como foi apresentado.
ResponderExcluirachei que houve perda de foco no inicio do texto, mas o tipo de recalque foi diferente e bem expressado no final.
ResponderExcluirachei que houve perda de foco no inicio do texto, mas o tipo de recalque foi diferente e bem expressado no final.
ResponderExcluirAdorei a quebra de expectativa no final do texto, deixou ele mais interessante. Mas acho que o tema foi pouco abordado.
ResponderExcluirAdorei a quebra de expectativa no final do texto, deixou ele mais interessante. Mas acho que o tema foi pouco abordado.
ResponderExcluirA construção do texto foi bem feita, só não percebi o tema nele.
ResponderExcluirfoi muito boa a contruçao do texto, mas o recalque se perdeu
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