sexta-feira, 8 de novembro de 2019


Aparentemente


Quando estamos observando uma paisagem dificilmente vamos focar em todos os detalhes da imagem ou tudo o que está por trás dos elementos que estão ali. A verdade é que na maioria das vezes só olhamos superficialmente, contemplamos a beleza e apontamos pontos negativos de uma forma bem rápida. Somente quando você se torna próximo ou íntimo do lugar ele passa a ter uma importância para você e então, você observa ele mais detalhadamente.

Essa análise simples não acontece somente com as paisagens, mas também com as pessoas. Muitos julgam uns aos outros sem saber de fato o que o próximo está vivendo. Uma ótimo exemplo disso que estou falando é a depressão. Uma doença que não escolhe poder aquisitivo, cor da pele, ideologia política ou nível de conhecimento. Ela só chega e vai corroendo a pessoa por dentro. Alguns transparecem mais os efeitos e sintomas da depressão, outros nem tanto. A verdade é que não podemos julgar as pessoas depressivas só pelos sintomas aparentes, pois existem muitos outros que ficam guardados internamente.

Em uma madrugada no mês de setembro, uma professora se suicidou ao se jogar da Ponte Rio-Niterói. Ela sofria de depressão e algumas pessoas até sabiam, mas como ela conseguia seguir com a sua vida normalmente, os amigos e familiares não deram a atenção e a importância que o problema dela necessitava. Talvez se ela tivesse recebido olhares e atitudes mais cuidadosas, ela ainda estaria aqui.


A verdade é que as pessoas são e sentem muito além daquilo que elas demonstram em uma conversa rápida no dia a dia. Assim como as paisagens têm detalhes e histórias demais para serem percebidos em uma simples olhada. O caso dessa mulher é só um dentre tantas ocorrências de suicídio na Baía de Guanabara. Um lugar que não aparenta, mas esconde muitas histórias e segredos.

Alice Gold



2 comentários:

  1. bom, mas poderia ter se aprofundado mais na baía

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  2. Faltou um pouco de conexão entre o subtema e o tema principal, não que você não tenha feito, mas a maneira como você escreveu deixou com um sentido mais de autoajuda do que com sentido de uma crônica propriamente dita.

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