Fuga ao silêncio
Deixe
que digam, que pensem, que falem é muito mais que uma simples parte de música, na
verdade, assume também o significado da nossa famosa e querida liberdade de
expressão. Temos esse direito. Devemos nos agarrar a ele. Mas ao mesmo tempo,
ele se esgota quando invade o direito do outro.
No
decorrer dos dias sempre esbarro com pessoas de alma pequena, chafurdadas no
estrume da ignorância, com olhos que só conseguem enxergar o próprio umbigo. E
essas pessoas fazem muito barulho.
Nesses
momentos meu maior desejo é fugir para o silêncio.
A
liberdade de expressão dá voz às pessoas, e algumas pessoas usam dela para
calar os outros. Facismo, racismo, machismo são movimentos que personificam
isso, porque as pessoas se vestem de um sentimento de superioridade para tentar
ofender, diminuir e até exterminar outras.
No
cenário atual vejo as esquerdas e direitas se atacando como nunca vi antes.
Isso não é ruim. O que é péssimo é quando esquecem de que apesar de tudo somos
todos humanos. É importante entender que é grave o discurso de tiro na
cabecinha de bandido feito pelo governador, e também é o tuíte do Professor
Pedro da UFF desejando que matem a tiro os evangélicos e facistas que estão
dando o golpe na Bolívia. São duas situações bem diferentes, mas seria a morte
a melhor solução? Particularmente, acho que combater a violência com o sangue
nunca será uma boa válvula de escape. Paz e tiros não combinam em nenhuma
circunstância.
De
fato somos livres para dizer o que pensamos, mas algumas coisas não devem serem
ditas, porque desejar a morte de alguém, não importa quem, é moralmente errado,
ou pelo menos deveria ser. Extremismos matam, extremismos invadem a liberdade
do outro, extremismos nunca são a melhor solução.
Quando
o assunto é extremismo, prefiro ser cega, surda e muda como aqueles 3 macacos
sábios, que viraram até emoji, mas
vieram de uma fábula japonesa, que sustenta o ideal de que o mal não deve ser
visto, escutado ou falado. E o extremismo é um grande mal. Podem dizer que essa
fuga ao silêncio é covardia, mas prefiro o silêncio ao barulho de tirar uma
vida.
Metamorfose Ambulante
Adoro suas referências musicais! Só atento para um ou outro período longo, mas nada que de fato atrapalhe o texto.
ResponderExcluirGostei muito da forma com que abordou que, apesar de tudo, somos todos humanos. Parabéns!
Que texto incrível, Metamorfose Ambulante! Gostei muito da forma que os extremos foram abordados e principalmente do final poético "mas prefiro o silêncio, ao barulho de tirar uma vida"
ResponderExcluirNossa, adorei!! Gostei especialmente da parte dos três macacos porque realmente não sabia da origem na fábula japonesa. Concordo com a Emma sobre o final, ficou sensacional.
ResponderExcluirQue texto maravilhoso! Você abordou o extremismo de uma forma muito clara e muito humana. Gostei da escolha do título, pois deixa o leitor curioso para ler e dialoga muito bem com a ideia desenvolvida ao longo do texto. Além disso, adorei o uso das referências e a frase final. Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirNão sei nem o que dizer a respeito do seu gosto musical, quanto menos do texto. Amei.
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