Ninguém vê como você
Toda noite ela se transformava
Ela que de dia parecia ser Baía e simplesmente Baía
Compondo só mais uma paisagem bonita como outra qualquer
Toda noite ela se expandia
Se ressignificava
Seus pequenos sentidos já não cabiam mais nos meus
Nos meus que na verdade eram nada mais nada menos do que uma extensão de você
Uma extensão do que comigo você fez...
As grades da área militar corriam
Davam início
E em mais uma noite eu me impressionei
Me impressionei quando o movimento das pequeninas ondas pareceu me reger
Me impressionei quando pude escutar o seu barulho mesmo com os fones ao máximo
“Espero que o tempo passe
Espero que a semana acabe
Pra que eu possa te ver de novo...”
Eu percebi
Percebi quando as construções que a envolviam transformaram-se em um pericárdio
Percebi quando as embarcações perdidas em meio ao nada pareceram não ter mais motivo algum para chegar em algum lugar
Percebi quando na água o reflexo de suas luzes pôde compôr um eletrocardiograma
Umas mais amareladas do que outras
Singularmente mistas e importantes
Cada qual com seu valor...
Sem contar em quando o Museu do Amanhã expôs memórias nossas em realidade aumen...
Oi???
É, eu entendi...
Entendi que era eu que nunca passava pela Baía do mesmo jeito...
Entendi que não tem como mergulhar no universo de alguém e permanecer o mesmo...
Felizmente!
Você fez morada em mim
E, de novo, felizmente...
“Espero que o tempo voe
Para que você retorne
Pra que eu possa te abraçar
E te beijar
De novo.”
Oi...
Sim, já tô na Leopoldina...
Cheguei!
Annie Drao
melancólico. gostei muito. não sei se foi sua intenção, mas me chamou a atenção a falta de pontuação no fim das frases
ResponderExcluirAdorei a forma como os versos da música do Nando completam o sentido do texto, e fiquei contente por imaginar um final feliz.
ResponderExcluirOtimo texto! Profundo e com boas referências.
ResponderExcluirTexto bem poético. Assim como Adam Sandler também achei que os versos da música do Nando se encaixaram muito bem!!!
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