Eu errei
Eu errei quando não me declarei para o amor da minha vida.
Eu errei quando não abracei os meus pais.
Eu errei por não usar a minha roupa favorita por não querer aparecer com a mesma roupa na próxima foto do feed.
Eu errei quando me expressei para todos e não para os meus.
Eu errei por não querer ter filhos para trazer a este mundo cruel que me persegue.
Eu errei.
Eu errei?
Sou de carne e osso e viver com a sensação de perigo por todos os lados eu não desejo a ninguém.
Julgam-me num tribunal sem quererem me ouvir. Me sinto aprisionado e amordaçado, calaram os meus dedos.
A minha verdade também pode ter mudado.
Não posso mais dizer sextou, nem pensar no Natal enquanto a minha alma não se acalmar.
Eu errei.
Eu errei?
Se é que errei, nem sei...
DARLENE COOK
Achei bem legal a proposta de tornar o Pedro o eu-lírico da crônica. Acho que vc poderia ter focado mais um pouquinho no episódio do linchamento, mas entendo que isso talvez seja parte da própria construção do texto (que seria considerar esse erro em específico apenas mais um entre tantos, e talvez nem de fato um erro, né?)
ResponderExcluirParabéns!
Apesar de não ter ficado bem claro que se trata do Pedro no inicio, eu gostei bastante do texto e da forma como você humanizou mais ele. Muito bom!
ResponderExcluirBem legal a repetição da afirmação de "eu errei" que é depois contrariada com o questionamento de se realmente tinha errado. Ótimo texto, mas também achei que ficou não ficou nada claro que se trata do Pedro...
ResponderExcluirTenho a impressão que você fez uma assimilação de você com o Pedro, ressaltando as atitudes e os julgamentos pela qual ambos passaram, e o questionamento abre espaço para uma reflexão acerca de tudo isso, gostei.
ResponderExcluirADOREI! Adorei porque você conseguiu englobar a todos na sua crônica, inclusive o Pedro, que não precisou ser citado ou explicitamente identificado por você para que eu sentisse a presença dele! E acho que foi por isso que ficou tão legal mesmo, por você ter mostrado que isso acontece (e tá acontecendo) a todo momento, com inúmeras pessoas com as quais cruzamos nas ruas... Ás vezes (e eu diria que quase sempre) a gente se esquece disso!!! E essa passagem final "Eu errei?"??? Sensacional! Será que a gente erra tanto assim mesmo? Por COMPLETO? Por querer? Sem querer? Parabéns, não precisou de muito para significar tanto!!!
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