Remoção de raízes
Da orla do Gragoatá tenho uma visão
privilegiada da baía de Guanabara e de um dos instrumentos de maior importância
para conexão Rio x Niterói: a ponte.
Obra polêmica, tendo a criação marcada
por “jogos” políticos, pela morte de inocentes e por casos de acidentes...
Ainda observando a estrutura me vem o
questionamento: o que deu na cabeça daquele menino?
Ele disse que queria parar o país, que
era um jeito de entrar para história e sua morte, de certa forma, proporcionou
isso
No entanto, era necessário?
Pelo que li dos relatos de suas vítimas,
era mais uma pessoa com problemas psicológicos, desesperada por uma atenção
governamental, ansiando diminuir seu fardo
Foi um mês antes das campanhas anuais de
prevenção ao suicídio e visibilidade de transtornos psicológicos
Mesmo que setembros de outra cor existam
há algum tempo, Willian não foi visto antes de colocar alguém em risco
Certamente a morte dele não foi algo
para ser comemorado e não impedirá a existência de futuros Willian’s...
O problema é mais profundo, está na
opressão, na crise, na falta de empatia, de saúde, nas chagas enraizadas no
nosso país
É preciso que haja a remoção dessas
raízes, para que os inúmeros ônibus que atravessarão essa ponte possam
transportar mais pessoas vistas e ouvidas nos momentos difíceis, e não apenas percebidas
nos de desespero
Emma
caramba cara, que foda! meus olhos até saltaram. ótima crônica, realmente relevante
ResponderExcluirSeria meio suspeito dizer que gostei demais da sua crônica, ela dialoga muito com a minha. Enfim, ótima escolha de subtema, abordando a questão do suicídio que é uma das mais latentes quando penso em Ponte Rio-Niterói.
ResponderExcluirUma crônica como essa nos explicita mais uma vez que a morte dele não era necessária. Adorei a crítica.
ResponderExcluirÓtima crônica, Emma! Trouxe um tema super importante e que foge da questão do amor romântico, dando valor ao amor pela vida. Parabéns!!
ResponderExcluirAdorei a forma que você transformou uma temática de crônica aparentemente abstrata em uma crítica social forte.
ResponderExcluirTexto incrível que traz um tema muito necessário. Parabéns!
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