quinta feira, dia 7 de novembro, fiquei sabendo que meu professor pediu à turma que todos escrevessem uma crônica sobre a paisagem da baía de guanabara e da ponte rio-niterói. de primeira pensei: “esse cara deve tá de sacanagem”, mas resolvi escrever mesmo assim. cheguei mais cedo na faculdade aquele dia e depois de comer no bandejão fui direto para o gramado atrás do bloco h que tem uma vista muito irada da ponte. sentei lá e nada vinha na minha cabeça. pensei em falar sobre a construção da ponte, das mortes dos trabalhadores que a construíram, da ditadura militar, do milagre econômico, mas tudo isso me parecia mais do mesmo. achei q todos poderiam falar sobre isso. apesar de nublado, tava calor pra caralho aquele dia, tirei a camisa pra dar uma refrescada, coloquei meu fone de ouvido e fiquei olhando em volta buscando alguma inspiração pra falar sobre a paisagem enquanto escrevia esse texto no meu telefone, mas não tinha nada de mais, apenas uns pássaros andando pra lá e pra cá e um pessoal do meu lado fumando maconha. larguei o celular. fiquei observando a baía, a ponte e os aviões aterrizando no santos dumont. me deu uma vontade bizarra de viajar, a ponte me remete à muitas viagens maneiras com a minha família pra região dos lagos. começou a bater um ventinho mas o calor ainda tava brabo, por um segundo me deu vontade de dar um mergulho na baía, quem me dera se ela fosse limpa só por aquele segundo. algumas formigas q tavam na grama começaram a subir pela minha perna e morder minha barriga, fiquei boladao. botei a camisa de novo e levantei, peguei a mochila e fiquei olhando ainda mais uns 10 segundos pra paisagem. aquele dia nublado não me deu inspiração nenhuma. já era 13:47 e eu tinha aula 14:00 no bloco a. meti o pé. talvez em outro momento eu escreva algo melhor.

Shrek Fiona