O homem fica em dúvida do que escrever, e a indecisão diminui quando vai escutando o barulhinho do teclado, motivando a desabafar. Me identificar com o menino dos infinitos me fez ver além de onde estava, me deparei com um rapaz cheio de subjetividades assim como eu, um rapaz que ao mesmo tempo tinha tantos defeitos e qualidades e cercado de pessoas cheias da mesma subjetividade e contrastes.Um rapaz sem nome, sem um rosto definido, uma altura definida, mas uma alma expressiva de sentimentos, angústias, medos, assim como eu. Ele era eu, e eu era ele. I
Incrível como me identifiquei com suas lutas e ao mesmo tempo com suas preocupações, sorri ao ver que conseguimos um emprego para ajudar a mãe e o irmão mais novo. Chorei quando queimamos a mão e nossa identidade também se foi. Me entristeci ao ver que o amor foi embora junto com Ela, mas precisei continuar, afinal parar não é opção. A vida é assim, algo inesperado acontece e temos que seguir em frente, outra coisa improvável acontece e ficamos alegres e de repente, a nossa alma se aperta angustiada e precisamos seguir... esperando ser o próximo a ser chamado, o próximo da fila.
Ao som de Eduardo e Mônica, sigo escrevendo, por dias meu lugar de novas descobertas foi um fast-food, um lugar improvável para meu gosto, mas ali tive os maiores aprendizados e crescimento, mudei de um menino mimado e dependente para responsável e solitário. Defendi e apanhei. Levantei e abaixei ,catando coisas no chão do estacionamento. Vi a vida de outras pessoas dependendo da minha rapidez. Ouvi histórias e poemas, mentiras e desabafos. Já disse, ele era eu e eu sou ele. Tudo isso em uma lanchonete. Tudo isso no lugar primeiramente desconhecido e depois tão familiar. Tudo ali no famoso Eme.
Eu vi. Eu pensei. Eu chorei. Eu beijei. Eu escrevi. Eu relembrei o passado. Eu estava lá e descrevi os sentimentos meus e minhas aflições, o meu modo de ver as coisas. A minha forma de enxergar quem queria meu bem, e quem estava lá só para criticar, quem me apoiou e quem me invejou. Eu que analisei a morena baixinha, e eu que esperei a menina desajeitada aparecer outra vez. Eu sou um novo escritor, portanto, eu sou ele e ele sou eu. Uma noite naquela lanchonete aconteceu. A menina desajeitada voltou. Os dois se encontraram um dia sem querer.. Num contexto nada legal, o Presidente roubou todos e todas, o país estava um caos.. As músicas eram boas, o que embalou o namoro. Todo mundo dizia que ele completava ela e vice-versa, que nem feijão com arroz. Ainda não superei o fato dela ter ido, mas o que fazer se não pude impedir. Superar é preciso e parar não é opção na vida.
Já disse ele era eu e eu era ele. Ele se tornou eu, e eu ele. Me identifiquei com ele e decidi, eu sou um novo escritor, só que uma coisa me cativou....Com suas palavras simples e seu jeito fácil de entender. Compreendi quem era ele, o rapaz do infinito, e conclui que no final ele era eu. Pronto! O rapaz do caixa na lanchonete chama o próximo da fila. O próximo sou eu.
Por Lívia Calvant.
Cara caramba, cara caraô!
ResponderExcluirSe por um lado, eu achei que você não abordou profundamente os conceitos narrativos, por outro, vi o personagem do livro (você) escrevendo em um diário e isso ficou maravilhoso! Você soube equilibrar muito bem o fato de não falar necessariamente tudo com o fato de ser totalmente criativo (acho que faz sentido haha)
ISSO TÁ MUITO BOM. AAAAAA
ResponderExcluirque ideia genial! ficou mega criativo. Eu, assim como você, não foquei só em abordar os elementos narrativos, preferi seguir um viés mais criativo. BATE AQUI, MENINA, QUE EU ADOREI!
ResponderExcluirAdorei a ideia! Produzir o novo a partir do existente é uma arte <3 ps.: o título foi ótimo para chamar a atenção
ResponderExcluir