Christine,
Li seu texto e confesso que fiquei extremamente feliz. Feliz por saber que suas
palavras tão lindas, suas frases tão bem articuladas, foram voltadas para mim. Foram
elaboradas para me desvendar, para tentar, de alguma forma, compreender de quem são esses
olhos noturnos que refletem tão serena paz a que me refiro em meu pseudônimo.
A verdade é que, ao ter contato com sua escrita, passei a refletir não apenas sobre o
que minhas crônicas podem transmitir, mas principalmente sobre quem sou. Suas palavras me
tocaram de tal forma que li e reli seu texto diversas vezes. Me pus a pensar sobre meus
medos, meus anseios, minhas paixões, minhas ideias, meus sonhos...
Apesar de não ter muitas respostas, pretendo esclarecer o mínimo que seja sobre mim.
E claro, tal tarefa só poderia ser realizada pelas palavras. Palavras essas que, conforme você
mesma pontuou, permeiam e dão forma à minha existência.
A princípio, vou matar sua efêmera curiosidade : sim, Nina existe, e se mostra com
frequência diante de mim. E não apenas Nina, mas tantos outros pensamentos me
acompanham durante os dias. Pensamentos esses que eu daria de tudo para poder
materializá-los em uma conversa com minha avó, sentadas na mesa de sua casa.
Mas, apesar de pensar em tais questões durante o dia, é principalmente de noite que
elas costumam ocupar maior espaço em minha cabeça. Noites que, por mais angustiantes, no
fundo me transmitem calmaria. A escuridão, o silêncio e a solidão que compõem o ambiente
noturno me fascinam, e, de certa forma, me trazem paz.
Talvez, por ser encantada pela atmosfera da noite, a lua seja tão importante para mim.
Seu enigma, suas fases e sua luz sempre me tocaram. Ser transformada em um corpo celeste
que tanto significa para mim foi o maior presente que você - e sua escrita - poderiam ter me
dado. Grata demais por suas palavras, e por tudo o que elas significam. Que um dia possamos
compartilhar nossos segredos.
Com carinho,
-Noite da grande paz dos teus olhos
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