Fico emocionada só de pensar na orla do Gragoatá. Tenho certeza de que
tem algo místico nela. Sua vista me deixa completamente hipnotizada. Pode até ser
que um dia ela se torne banal, assim como tantas outras coisas que um dia foram
novas para mim, mas que já se tornaram rotineiras. Não sei, alguma coisa dentro de
mim me diz que não é esse o caso.
Olhar para essa vista resgata memórias que eu não quero esquecer. Não
quero esquecer dos dias em que estar numa universidade pública era um sonho. E
ele parecia tão distante de mim, como o horizonte da Baía de Guanabara e o seu
infinito azul do céu. Não quero esquecer de tudo que me trouxe até aqui. Quando
olho para a Ponte Rio-Niterói ou para o vai e vem das barcas, penso no vai e vem
da nossa vida. Penso no caminho que trilhei para chegar até aqui (a música do
Cidade Negra nunca foi tão real) e em tudo que ainda construirei - afinal, esse é só
o início!
Sinto que essa vista é uma linda recompensa de todas as escolhas que eu fiz
para mim e por mim, as quais eu tenho imenso orgulho. Um dia, tirei uma foto dela e
enviei para a minha mãe. Ela respondeu que a vista do quarto onde nasci também
era muito bonita e que também dava pra ver o Cristo de lá. Depois dessa resposta,
eu, que antes nunca tinha pensado em estudar na UFF, mas que tive o privilégio de
a escolher, comecei a entender um pouquinho da mística desse lugar. Tinha que ser
aqui.
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Dissimulado e Oblíqua, gostei muito do seu texto. A estrutura está muito boa e as partes se encaixam bem.
ResponderExcluirTenho o mesmo pensamento quando olho para a orla.