domingo, 18 de junho de 2023

Baía de Guanabara

 Olhando a Baia de Guanabara tenho a impressão de olhar uma imensidão indefinida. Águas turvas cortadas pelo constante tráfego de barcos, barcas, garças e cardumes. 

 Ao longe vejo um grande conjunto de construções, espaços empilhados envoltos de cimento,tijolos e vigas. Alguns empilhamentos se destacam e apontam verticalmente.
O dia é chuvoso e a neblina revela algo voluptuoso, encoberto pela névoa branca quase cinzenta.
A barca que atravessa uma cidade a outra trás consigo muitos compromissos, andarilhos urbanos, que andam apressadamente ao soar do tic tac do relógio. Os sapatos firmam e descolam os pés, as estacas de madeira do píer saltam por vezes dos parafusos e as estruturas de ferro rangem ao roçar na proa. 
A Bahia de Guanabara aparentemente mansa aos olhos se contrapõe ao lapso de tempo constante que atropela os fazeres e aqueles que os fazem. Me pergunto se esse registo feito pelos olhos será o mesmo caso eu retorne amanhã às 17:13.

Nenhum comentário:

Postar um comentário