segunda-feira, 12 de junho de 2023

Trajetória (s)

Hoje, através da permissão desse meu amigo íntimo, contarei um pouco da trajetória

dele. Esse cara foi um menino-prodígio, enquanto brincava de algo que, pouco tempo

depois, viraria a sua profissão, ele foi convidado para ser um dos integrantes de um

pequeño núcleo de comunicação no interior paulista. Isso aconteceu quanto ele tinha

somente 15 anos.

O tempo passou e o jovem prodígio se formou no curso dos seus sonhos, mas agora com

uma credencial, possuindo o diploma da área. Todavia, a primeira faculdade dele não foi

a tradicional universidade, mas sim as suas experiências anteriores antes de ingressar na

facul. Ele passou por algumas rádios no interior de São Paulo e algum tempo após se

formar, o cara estava em uma das principais emissoras de rádio do país. Tenho uma boa

recordação sua, meu bom, antes de você ir para essa gigante radiofônica eu tive a honra

de ter a sua participação em um programa na Rádio Gazeta, o Sábado Esporte era

apresentado por mim e você estava nos comentários. Naquela época eu tinha até barba.

Ah, bons tempos.

Meu amigo, não quero falar apenas da sua vida profissional. Quando o Felipe nasceu,

meu querido afilhado, lembro que esse foi um dos momentos mais felizes da sua vida.

Pouco tempo depois a minha filha Elisa nasceu, e eu te convidei para ser padrinho dela.

Nossos filhos são super amigos, praticamente irmãos, nossas esposas andam coladas

uma na outra. Já você, meu amigo, foi um irmão que a vida me deu. Esse tipo de relação

eu preservo muito, ainda mais quando ela sai da subjetividade e transcende. Que bom

que nós nossos filhos não seguiram a mesma profissão que a nossa, imagina a pressão

que eles sofreriam! Tenho muito orgulho da minha filha que se formou em direito e do

meu afilhado que é um belo engenheiro civil. Sei que nossas vidas são corridas, mas

sempre quando dá sentamos para apreciarmos um bom vinho e escutar algumas músicas

velhas, temos praticamente a mesma idade né, somos dois tiozões.

Voltando a falar um pouco mais da sua carreira, você entrou na empresa em 1998, eu já

tinha quase 10 anos de casa, já tinha sido narrador de duas Copas do Mundo. Era

questão de tempo para conseguir o posto que eu tanto sonhei. Porém, um certo moleque

entrometido “roubou” essa posição de mim. Fiquei 35 anos naquela empresa e ele

completou 25 anos de casa no início deste ano. Enfim, coisas da vida né. Mas saiba que

eu tenho muito carinho por você amigo, se hoje você é o principal daquela empresa

saiba que isso é fruto do seu impecável trabalho. Você tem mais de 650 mil pessoas te

seguindo no Instagram e eu cheguei recentemente na marca de 500 mil seguidores na

semana passada. Em pouco tempo eu vou “roubar” esse posto de você! Rsrs. Sim, há

vida fora daquele conglomerado, a pesar de eu ser extremamente grato pela trajetória

que ela me permitiu construir lá.

Se o ano passado foi mágico para mim, há cinco anos tu viveu o seu apogeu. Naquela

época houve de tudo, emoção ao transmitir os eventos, piadas, e, devido a uma gafe

genuína, você chamou o jogador inglês Trippier de Stripper. E aí meu bom, a internet

não perdoa. Para aquele ano ser ainda mais inesquecível pata ti só faltou algum estádio

tocar uma música do Cudplay.

A pesar dessa magia, um ano após você viveu um drama pessoal. Um grande amigo

nosso, é mestre da televisão brasileira, foi impedido de narrar a final da Libertadores de

2019, mais especificamente, ele sofreu um infarto. Foi uma loucura viajar para Lima em

cima da hora, os aeroportos estavam lotados por conta dessa partida, mas tudo deu certo

e você conseguiu chegar a tempo no seu destino. Ao desembarcar em território peruano,

uma das primeiras coisas que tu fez foi ir visitar o nosso querido amigo.

Chegando ao hospital, o nosso mestre estava dormindo e você preferiu não acordá-lo. A

sua atitude foi ficar ali ao lado dele e isso te tranquilizou para cobrir a partida para todo

o Brasil. A pesar de ter vivido altos e baixos, incluindo um pico de pressão alta, você foi

o cara da emoção para milhares de flamenguista. Tua narração foi genial, perfeita,

chegou ao patamar que o nosso mestre é. Infelizmente ele sofreu uma “contusão de

última hora” antes do jogo começar.

É meus amigos, esse mano tem muita bagagem e contribuiu bastante para o esporte

brasileiro, principalmente, narrando jogos dos times cariocas. É seus negros

maravilhosos, já passou da hora. Com fé no pé! Guuoooooolll! Sabe de quem?

— Pérolas do Cleber Machado (vulgo Machadão).

8 comentários:

  1. Grandíssimo narrador, Luis Roberto. Sensacional kkkkkkk, me surpreendeu

    ResponderExcluir
  2. Luis Roberto kkkkkkkkkk, muito bom seu texto!!

    ResponderExcluir
  3. EU QUERO GRITAR GUUUUUUUUUOOOOOOOL!!!!! Gostei bastante da forma como você fez o perfil deste narrador MARAVILHOSO, como se fosse o próprio Cléber Machado escrevendo sobre o seu amigo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Uma referência dessa merecia ter uma proximidade com a pessoa que está lendo a crônica. Me dá muita alegria que você e outros colegas de turma tenham gostado desse tipo de abordagem

      Excluir