Refletindo sobre o horizonte, consigo ver carros passando de um lado para o outro da ponte, barcos
navegando e no fundo os prédios e morros do Rio de Janeiro, definitivamente uma vista privilegiada,
conseguir de apenas um ponto ter um vislumbre de uma cidade, imaginar que do outro lado,
milhões de pessoas estão se movimentando e correndo atrás de seus sonhos individualmente e que
cada uma possui suas motivações e desejos, me faz ficar fascinado. Em momentos assim, vejo quão
grande é a capacidade do ser humano, o coração de uma cidade e o que mantém tudo de pé somos
nós, através da força de vontade trabalhando em conjunto em várias áreas distintas da sociedade. A
vista da cidade do Rio é um tanto quanto poética, um dos pontos que mais me chamou atenção é
claramente o Cristo Redentor, contextualizando sua história e seu significado, é de uma beleza sem
tamanho o que a simples silhueta de uma das Sete Maravilhas do Mundo pode representar em um
fim de tarde para alguém como eu.
Após alguns minutos, decidi deixar um pouco de lado o fundo da paisagem e focar no que estava
mais próximo de mim, observar a orla e a Bahia de Guanabara foi um trabalho definitivamente mais
complicado. Nesse momento começaram a surgir dúvidas dentro de mim, e fui tomado por um
sentimento de tristeza, a imensa e reluzente Bahia de Guanabara traz uma vista linda consigo, uma
harmonia que preenche os olhos de qualquer um que a observe, no entanto, isso se limita somente
à estética, uma vez que não preservamos tal patrimônio da natureza. A poluição sem precedentes,
concentrações excessivas de lixo e abuso desse recurso natural, causa a morte de milhares de
espécies e depreda a Bahia que conhecemos, tornando-a inviável até mesmo para banhistas em
alguns pontos. Por um momento imaginei que eu estava pensando demais e deixando de apreciar a
vista, mas eu não conseguia arrancar isso da minha cabeça, talvez em outra oportunidade minha
interpretação teria sido diferente, mas nesse fim de tarde com as nuvens cobrindo o céu e um
cenário digno de filmes dramáticos se formando no horizonte, essa narrativa melancólica e reflexiva
pareceu mais plausível.
Após refletir por um bom tempo, minha dúvida agora era sobre o futuro, se conseguiremos
preservar o que temos ou continuaremos sendo ingratos com o que a natureza nos deu. Esse
pensamento não é focado em mim, mas sim focado nos próximos alunos da universidade, que em
alguns anos sentarão na mesma posição que estou hoje e apreciarão uma boa paisagem(eu espero).
-Dez
Gostei da forma que você estruturou seu texto, como se fosse uma exposição dos seus pensamentos.
ResponderExcluirA respeito dessa sua dúvida final sobre o futuro, acredito que se todos tivessem o mesmo pensamento (desde os primórdios, talvez?) não seria a preocupação atual de apenas alguns. Também espero que os futuros alunos possam apreciar essa vista como nós ou de uma forma melhor.