Tudo segue normal na Baía de Guanabara. O vento passa, transmitindo vida à água
que, sem ter outra alternativa, se deixa levar. Os barcos balançam, seguindo o movimento das
ondas. Ao longe, como se para lembrar que estamos em um ambiente urbano, os prédios
mostram-se presentes. Mais para a direita está a ponte, monumental, que diariamente
transporta milhares de carros. Cada um percorre seu caminho, realiza suas tarefas, vive sua
vida.
De repente, algo se destaca na paisagem. Um momento forte, potente. Duas pessoas
se reencontram. E tudo acontece de forma tão calma, como se o mundo tivesse parado para
presenciar. Um abraço apertado, daqueles que por si só já dizem tudo o que as palavras não
são capazes de traduzir. É impossível precisar o tempo que os tinha separado. Se foram
semanas ou somente alguns minutos. E tampouco que relação mantinham. A única coisa
possível de se afirmar é que foi um desses momentos que, apesar de simples, só são
realmente compreendidos quando paramos para observar.
Após o longo abraço, eles se sentam de frente para a orla. Não dizem nada; afinal, não
é preciso. Apenas ficam juntos, como se o silêncio compartilhado fosse o lugar mais seguro
do mundo. O sol começa a se pôr, com a certeza de que já cumpriu seu objetivo : iluminar
aquele instante. A vida passa, e todos continuam no seu caminho. Tudo segue normal na baía
de Guanabara.
- Noite da grande paz dos teus olhos
Gostei muito da forma que você escreveu sobre a situação que observou!
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