Querida Valentina,
Escrever para alguém que você conhece, mas não sabe quem é, é especialmente difícil. Difícil porque talvez sejamos próximos, talvez não. Se formos, peço desculpas, pois posso estar errado sobre você. E se não, fique sabendo que eu gostaria de ser.
Primeiramente, gostaria de te agradecer. Ver o mundo através da sua perspectiva foi incrivelmente agradável. Seu apego aos detalhes é fascinante e você escreve com tanto sentimento que sinto como se te conhecesse intimamente. Eu gosto de pensar sobre mim mesmo como uma pessoa que dá grande valor às pequenas coisas da vida, e é assim que eu te enxergo. De rasa você não tem nada. Crítica, irônica, apaixonada, criativa, expansiva, forte e ao mesmo tempo sensível. Profunda. Não creio que isso seja apenas uma sensação minha, sua escrita tem personalidade –e muita.
Busquei o significado do nome Valentina e, não sei se foi coincidência ou premeditado: “valente, forte, vigorosa”. Tão você. Você, que já me parecia ser segura, eliminou qualquer duvida que eu pudesse ter sobre isso com seu soneto incrivelmente inteligente. Provou-se corajosa e intensa. Com o mesmo entusiasmo que usa para falar sobre as pequenas coisas de um relacionamento, fala sobre política e a dificuldade de ser mulher.
Assim como as melhores pessoas que eu conheço, você parece agir com a emoção. Sei que você consegue dizer “hoje não”, se for da sua vontade, mas nunca vai contra ela. E, por favor, nunca se contenha.
Obrigado, Valentina, por nos mostrar um pedacinho da sua alma, tem sido um prazer acompanhar seus textos. Você ganhou um eterno fã.
Peter Parker.