terça-feira, 19 de julho de 2016

Para Valentina

Querida Valentina,

Escrever para alguém que você conhece, mas não sabe quem é, é especialmente difícil. Difícil porque talvez sejamos próximos, talvez não. Se formos, peço desculpas, pois posso estar errado sobre você. E se não, fique sabendo que eu gostaria de ser. 

Primeiramente, gostaria de te agradecer. Ver o mundo através da sua perspectiva foi incrivelmente agradável. Seu apego aos detalhes é fascinante e você escreve com tanto sentimento que sinto como se te conhecesse intimamente. Eu gosto de pensar sobre mim mesmo como uma pessoa que dá grande valor às pequenas coisas da vida, e é assim que eu te enxergo. De rasa você não tem nada. Crítica, irônica, apaixonada, criativa, expansiva, forte e ao mesmo tempo sensível. Profunda. Não creio que isso seja apenas uma sensação minha, sua escrita tem personalidade –e muita.

Busquei o significado do nome Valentina e, não sei se foi coincidência ou premeditado: “valente, forte, vigorosa”. Tão você. Você, que já me parecia ser segura, eliminou qualquer duvida que eu pudesse ter sobre isso com seu soneto incrivelmente inteligente. Provou-se corajosa e intensa. Com o mesmo entusiasmo que usa para falar sobre as pequenas coisas de um relacionamento, fala sobre política e a dificuldade de ser mulher. 

Assim como as melhores pessoas que eu conheço, você parece agir com a emoção. Sei que você consegue dizer “hoje não”, se for da sua vontade, mas nunca vai contra ela. E, por favor, nunca se contenha.

Obrigado, Valentina, por nos mostrar um pedacinho da sua alma, tem sido um prazer acompanhar seus textos. Você ganhou um eterno fã.

Peter Parker. 

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Rumo ao West



A meu grande amigo Junior West dedico este texto, escrito já com a lucidez do pós-bebedeira. O bar estava lotado e eu mal conseguia reconhecê-lo após a quarta virada de copo. É que eu e meu grande amigo aqui vamos ao bar todo fim de semana. Bebemos, conversamos, e rimos pra cacete – às vezes da piada do outro, às vezes da nossa própria piada, e umas outras vezes de um ou outro bêbado que derruba um drink no chão.

Esse texto é para meu grande amigo, aquele que me faz rir até em enterro. Aquele que me dá carona em seu charango velho quando estou atrasada pro trabalho. Aquele que me manda áudios de procedência duvidosa no Whatsapp (o que quase já me custou o emprego). Aquele que, tarde da noite, me dá um toque no Skype e, juntos, tecemos maravilhas textuais. Cantamos clássicos da MPB, emendamos num U2 e, por que não, finalizamos com Madonna. Na despedida, uma jam session, você com seu violão e eu, como de costuma, com meu saxofone. A vida é repleta de oportunidades que não podem ser perdidas de maneira alguma. Conhecer Junior West é uma delas.

Lembro-me daquela vez que te vi, todo desajeitado, caminhar até a loira da padaria e recitar, de cor, Camões, às 7 da manhã, só para vê-la perguntar se o pão era em dinheiro. Lembro-me de vê-lo, todo contente, pegar em seus braços sua primeira sobrinha, só para depois descobrir que você havia errado de sala (e de bebê). Lembro-me de encontrá-lo pela primeira vez na fila da lotérica, esbravejando sobre a demora no atendimento e, acidentalmente (espero eu), pisando no meu pé machucado, com o qual dei-lhe um chute nos Países Baixos. Lembro-me de chorar ao vê-lo partir aquela cebola ao meio enquanto tentávamos cozinhar o que, na prática, era um empadão, o qual revelou-se, no final, um suco gosmento de queijo.

De você, tenho só boas memórias. Tenho a tranquilidade de quem tem um amigo que está sempre por perto. Tenho o sorriso no rosto de quem tem um estoque infindável de piadas sempre a postos. Tenho os punhos cerrados toda vez que você solta um de seus famosos trocadalhos do carilho (Wyllys Wonka, sério?), mas isso é outra história.

Como diria Milton Nascimento, “Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves.”. Se alguém questionasse a Simone do passado acerca de seu modelo de melhor amigo, eu nunca imaginaria alguém como você. 1,75, meia-idade, cabelos grisalhos, aquele estilo de garotão dos anos 80, o bom e velho charuto Jamaicano que você guarda na 4º gaveta (sim, fui eu que peguei) e, claro, aquele bom humor e a irreverência de um cara gente boa como você – e mais ninguém.

É para você, meu amigo, esse texto. E que tenhamos muitos outros anos de bar pela frente.

Assinado,


Simone do Saxofone

Marie


Cheguei à conclusão de que Maria Antonieta nasceu para reinar. Se eu achava que sabia um pouco sobre sua história, eu estava realmente enganado. De fato, ela deve ser querida por todos, talvez só por se preocupar em passar por alguns textos deixando seus beijos perfumados. Caso você ache que Maria Antonieta possa ser conservadora, você está precipitadoela é bem moderna, inclusive. Curte um surf, um Game Of Thrones para descontrair, gosta de ouvir Jack Johnson, mas também um Caetano. Ela aprecia a natureza, fala sempre do dia, da noite, do céu, das flores, ela observa e dá valor a detalhes - me identifico muito com isso. Maria deve ser aquele tipo de pessoa que é bom ter por perto. Bem-humorada, criativa e descontraída.

Como nem tudo é perfeito, ela mesma confessa que seexcedeu na vaidade e no vício com jogos na corteAcho que depois que veio para o Brasil com o marido ela percebeu que a realidade aqui era bem distinta. Maria teve que deixar a vida de rainha na França e veio trabalhar como jornalista na redação do Jornal Bloqueio Continental, enfrentando algumas crises a partir daí. Mesmo assim, ainda acredito que deva ter se tornado uma profissional de peso, afinal terá muita história para contarem suas crônicas. 

Maria Antonieta não é só beleza, roupas e luxo, foi-se o tempo. A Maria de hoje é aquela que mora longe do trabalho e corre para não perder a barca, que além de enfrentar a rotina cansativa na redação, ainda sofre com o assédio do chefe no trabalho. Mesmo passando por inseguranças, medos e fraquezas, busca levar o que fica de bom para sua vida e transparece isso. Ela tem planos para o futuro, pensa nos filhos que vai ter, gosta de falar de amor e principalmente do seu amor, por quem faz questão de aproveitar cada momento junto.

Ela sabe que nem tudo é como um conto de fadas, mas isso não a implica em tentar fazer as coisas da melhor forma possível. A Maria que conheci é superação, vive intensamente, enfrenta desafios, reviravoltas, mas também aprende com os erros. Seus textos, mostram o cotidiano, suas experiências, suas indagações, conflitos e que a forma como percebe a vida não é tão longe da nossa. Seja naFrança, no Brasil, em Versalhes ou Irajá, com a corte ou com o povo, na carruagem ou na barca, ela vai fazer história sem perder a sua essência.

Saudações, alteza!

Seu amigo,

Lemos, Dante.

Lemos Dante



Meu bem, 
pra começar, quero reforçar um fato que você já sabe: eu, nitidamente, não escrevo como você. Entretanto, achei que dessa forma seria mais fácil de aproximar o meu eu lírico do seu. Sendo assim, cá estou eu, me esforçando ao máximo.
Eu li seus textos. Cada um deles. Mais de uma vez. Enxerguei um Dante que eu sabia que existia, mas que você nunca mostrou pra mim. Enxerguei minha imagem refletida nos seus olhos, a qual você nunca me deixou ver.
Sua inteligência continua sendo o que mais me atrai em você, mesmo que seu sorriso seja indiscutivelmente lindo. Aquela chamada visão ampla da realidade você tem de sobra. Você me disse que o golpe ia muito além do Congresso, que estávamos cercados. Eu nunca fui muito fã de política, sempre achei muito complicado. Você me mostrou que não passava de uma armadilha, que a intenção era nos confundir. E acreditava que independente do lado que cada um escolhe defender, era possível que dois opostos encontrassem um estado de união, porque no fundo, todo mundo era meio ambidestro. 
Porém, sua personalidade vai muito além da sua consciência política. Você é bom, sem fazer esforço, sem perceber. Se preocupa com os outros quando pouco se preocuparam com você. Mas resiste. Resiste a tudo que é abstrato. Resiste a tudo que é incerto. Você tinha medo. Não sei se era de mim e essa minha tendência de me assemelhar com uma bruxa, ou se era desse seu sentimento, que você nunca conseguiu aceitar. A questão é que eu não estava preparada pra enfrentar o seu vazio. Até hoje não acredito na minha coragem de sair por aquela porta. Na minha força em encarar o telefone esperando que você ligasse, sem tomar a iniciativa de te ligar. 
Nem sei mais porque comecei a escrever isso. Talvez seja pra dizer que sinto sua falta. Da sua sinceridade combinando com a minha. Da sua sensibilidade, que eu achava tão bonitinho você tentando esconder. De como você me encarava enquanto eu prendia o cabelo. Do seu estilo, que não fazia o menor sentido. Sinto falta até da sua bagunça, que ativava a minha chatice, e contrariava o meu senso de organização, que sempre foi o princípio de nossas brigas. Só que, no final delas, sua escolha era sempre você, ao invés de nós. Não dava mais pra dividir uma vida assim. 
O fato é que agora você faz muito mais sentido pra mim. Te lendo, te conjugando, consertei o que tinha quebrado. Suas histórias continuam sendo minhas preferidas. Não seja bobo, eu ainda estou aqui, como a sua camisa que eu trouxe comigo, aguardando você vim me procurar. Mas já chega de escrever por hoje. Desligue esse laptop, e vá dormir.

por Maleficent 000
 

Olhos de caleidoscópios


Lucy tinha 18 anos, nasceu em São Paulo, mas morava no centro do Rio desde os 12. Cursava Jornalismo em uma faculdade federal e sonhava em se graduar também em Ciências Sociais. 

Seus pais eram dois cinquentões, ex-hippies. Se conheceram nos anos 80, quando eram adolescentes, em um protesto contra a Ditadura Militar. Os dois, viciados em Beatles, não tiveram dúvida quando Carla ficou grávida: a menina se chamaria Lucy. Às vezes, André, seu pai, a chama de Lucy in the Sky. 

Lucy tinha o sol em seus olhos, como a letra da música sugeria. A cor mel sempre brilhava, principalmente quando iluminada pela luz do entardecer. Era a perfeita combinação para seu cabelo pintado de azul. 

A menina sempre viajava em sua mente, para um lugar distante. Sonhava acordada com lugares coloridos e doces. Mas não precisava de drogas para ir a esse mundo. Seu alucinógeno preferido era a imaginação. 

Escrevia, desenhava, pintava. Tudo que a fizesse ir para lá. Um céu distante, calmo e bonito. 

Tinha muitos amigos, mas seus pais eram os seus mais fiéis companheiros. Com eles, aprendeu valores que sempre levará consigo. Como por exemplo, a igualdade. De gênero, classe, etnia, orientação sexual. Igualdade.

Seus pais lembravam com sorrisos orgulhos a vez que Lucy presenciou, aos 6 anos, um menino de sua sala implicando com uma menina negra. Falando que na brincadeira de casinha, ela seria a empregada. Nunca a mãe, muito menos a líder. Bruna, com seus lindos cachos para o alto, chorava. Ela era a única negra em uma sala recheada de crianças brancas. Lucy se revoltou de tal forma, que, junto com o menino e com Bruna, foi levada para fora de sala. O garoto foi castigado pelos pais, Lucy foi parabenizada. 

“Concordo que ela agiu certo”, disse a professora à André e Carla, “mas vocês tem que entender que sua filha agiu de forma muito violenta. Bateu no menino, o empurrou, disse que ele não iria brincar mais. Na minha concepção, o diálogo deve ser sempre o caminho.”

Os pais fingiram concordar, acenando com a cabeça, mas assim que saíram da escola, levaram Lucy para lanchar no seu restaurante preferido, para recompensá-la. 

Até hoje Lucy carrega isso em sua memória. A violência não é algo que ela prega, de forma alguma. Ela só é forte e corajosa. E defende seus ideais com unhas e dentes. Assim como seus pais, gritando “Abaixo a ditadura!” 30 anos atrás.


Helena Seixas

Peter Parker

 

Peter Parker converte-se no homem aranha, um super-herói de Marvel Comics. Peter é um nome masculino, não obstante, eu penso que a pessoa detrás deste pseudônimo é uma mulher. Penso isso por a sensibilidade que transmitem seus textos. Não quero dizer que um homem não pode ter sensibilidade mas a sensação depois de ler suas crônicas é de estar lendo as palavras de uma mulher.

 

“O dia estava lindo e eu fiquei muito animado por estar ali de novo.” “eu fiquei ali sozinho no escuro”. Peter Parker escreve “animado” e “sozinho” em masculino no seu ultimo texto, por exemplo, mas eu acho que talvez é uma estratégia para confundir sobre sua identidade real. Posso estar equivocado, e nesse caso poderia ser bastante engraçado se o Peter Parker for realmente um homem. 

 

Mas eu sento assim. Uma mulher com uma grande sensibilidade. Alem do sexo, sinto que é uma boa pessoa, boa amiga de seus amigos e empática. Vejo também uma pessoa espiritual. Algumas destas afirmações são só sensações, pois não tenho como provar que é espiritual ou boa. Familiar é um adjetivo que eu daria também ao Peter Parker, talvez provado pelo tema do seu último seu ultimo texto. O texto do tema “sexo” quebra um pouco minhas ideais. Um texto também muito lindo e muito sensível, mas o fato de introduzir a homossexualidade pode bem alterar um pouco minha idéia sobre a pessoa detrás de Peter Parker ou corroborar a imagem e personalidade que eu percebo. Criatividade também uma qualidade que destaca, por exemplo, depois de tornar algo tão feio como o tema do golpe em uma poesia tão linda e tão bem feita, onde também se vê a família, de novo. Pessoalmente, essa poesia é meu texto preferido do Peter Parker. Conclusão, uma pessoa interessante, sem dúvida. 

 

VascoPaulo14

 

 

 

 

 

 

 

Para Peter Parker

Lembro até hoje a pirraça que minha amiga Thamirys fez quando foi anunciado o reboot da série de filmes do Homem-Aranha. Fã número um do herói, ela alegou que nenhum artista jamais faria uma atuação melhor do a de Tobey Maguire – ele é o Peter Parker, ele nem precisa entrar no personagem porque já o vive, ela argumentara. A partir das cenas curtas do trailer, Thamirys traçou por completo a personalidade do novo (e espetacular) Homem-Aranha, taxando-o de orgulhoso e decidido "demais para ser o Peter Parker de verdade". Eu discordei de sua atitude na época e defendi a atuação do Andrew Garfield (claro, afinal, há quem resista ao charme desse homem?), e tive o prazer de assistir ao filme no cinema com Thamirys apenas para ver sua resolução estilhaçar e seu amor pelo novo Homem-Aranha crescer a cada minuto que se passava.

Agora, cá estou eu fazendo o mesmo: entretanto, em vez de trailers, estou analisando crônicas escritas por Peter Parker – nosso Peter Parker de Jornalismo 2016.1 –, a fim de pressupor o caráter e personagem da pessoa por trás do pseudônimo. E, assim como minha amiga enganou-se ao presumir a personalidade do Homem-Aranha e terminou caindo de amores pelo Andrew Garfield (viu, falei que esse homem é irresistível), eu prevejo que o mesmo acontecerá comigo, portanto peço perdão desde já.

Sua linguagem leve e delicada, sua descrição com detalhes na medida certa encaixam perfeitamente com a perspectiva do universo infantil exibida por Peter Parker mais de uma vez. Isso prova que ele possui um quê de Tobey Maguire, tendo a mesma sensibilidade e ar romântico que a personificação mais "frágil" e sonhadora do Homem-Aranha. É para falar sobre sexo? Então escreve sobre um apaixonante jantar a dois e a solução de uma briga boba, típica de um casal imerso no mais puro amor. Mas seu olhar atento às coisas pequenas que poucas pessoas valorizam (e talvez seu ponto de vista seja minimamente idealizado) não se restringe a relacionamentos – como um verdadeiro herói, Peter Parker não ignora a visão dos fracos e oprimidos. O tema pode ser livre, mas Peter escolhe falar sobre autismo – um assunto ignorado e mal compreendido por muitos. O professor pode ter simplesmente lançado a palavra "golpe" no ar, mas Peter decide abordar a perspectiva daquela parcela do povo, dos excluídos da sociedade, que menos entende o que está acontecendo na política brasileira.

Nessa parte, Peter assume sua faceta mais "Andrew Garfield" ao ter coragem de criticar a corrupção enraizada no nosso país e o falho sistema educacional público (pois é, o vendedor de bala nunca se formará em Medicina). Ele também deixa de lado seu aspecto sonhador para retratar a realidade: sim, relacionamentos (sempre) chegam ao fim. Talvez esse não seja um viés pessimista, mas sim realista? E essa mesma necessidade de contar as coisas como realmente são fazem Peter não hesitar em questionar o estigma do comunismo como algo ruim apenas "porque sim e ponto final", e o consequente incentivo do capitalismo ao egoísmo.

Peter Parker é capaz de retratar igualmente um casal romântico e um à beira da separação. Parabéns, você é o equilíbrio e possui o melhor dos dois mundos.

Cora

A lenda do Far West


Desde pequeno aprendi um grande ditado que é a maior verdade já dita: “Deus deu ao homem dois ouvidos, dois olhos e uma boca para vermos e ouvirmos duas vezes mais do que falamos”. Apesar de ser ateu, não acho que essa composição humana tenha sido feita ao acaso, realmente fomos feitos para escutar mais do que ouvir.

Mas por que estou divagando sobre as partes do corpo e suas funções, afinal? Simples. Alguém que ouve mais do que fala será muito mais atenta ao que está em sua volta, observando tudo quieta, ali no seu cantinho. Não acredito nesse lance de criatividade, seja para escrever ou para quaisquer atividades. Acredito sim, na “combinatividade”, ou seja, a junção de ideias para a criação de outra. E é daí que as grandes mentes se sobressaem, combinando coisas que inicialmente parecem estranhas, mas que dão certo. Quem pensou na combinação entre chocolate com pimenta? Só pode ter sido um gênio. 

Suzane von Richthofen e Fernandinho Beira-Mar vivendo num conto de fadas, Jean Wyllys e Jair Bolsonaro donos de fábricas de chocolate, essas ideias, esse humor irônico e icônico só podiam sair da cabeça de um gênio. Sem qualquer exagero ou hipérbole, somente um guerreiro do tão longe, lá do Far West (usando trocadilho em sua homenagem), poderia nos surpreender com tamanha combinatividade.

Junior, uma mente brilhante, que usa da cola perfeita para conectar elementos inimagináveis para eclodir a receita perfeita, mais perfeita que essa só a do bolo de cenoura com chocolate. Porque aquilo é perfeição divina.

Régis Jr. 


Fractais Simonísticos


Simone do Saxofone? Uma querida. Para os íntimos, Simone do Sax!


 “Quando eu crescer, eu quero ser igual à Simone.” Sim, eu falo isso e olha que as pessoas dizem que somos parecidos. Seria eu uma representação simonística de calças? Talvez o tempo me diga. 


Musical

 Apaixonada por música, ela não poderia deixar de usar o nome do instrumento que mais a encanta. Afinal, Simone ama as músicas dos anos 80 e não há um artista dessa década que não tenha utilizado esse belíssimo instrumento. Chama-se Simone, justamente devido à cantora e pianista estadunidense Nina Simone, sua mãe também amava música e, principalmente, amava jazz. Poucos sabem, mas Simone fez um curso de violoncelo na adolescência. Simone é multi-instrumentista.


Engajada

Para combinar com a inspiradora de seu nome, Simone era a que destoava de sua família. Filha de conservadores, ela via em casa que as mulheres deveriam se submeter aos tabus sociais e vontades masculinas. No entanto, ela não poderia se sujeitar a isso. Simone sempre mostrou que é segura de si e sabe o que quer, ela não se priva da felicidade. Está aí para provar os seus diversos maridos e seus diversos (des)contentamentos. 


Observadora

Nada passa pelos seus olhos azuis. O seu olhar é profundo, assim como suas histórias de vida. Observa tudo ao seu redor e ela é perspicaz nas horas corretas. Utiliza da ironia como sua melhor fermenta para os idiotas, mas também sabe usar o seu senso de humor maravilhoso para atrair amigos. Nascida na década de 1960, coleciona admiradores até hoje. 


Inesperada

Ela se permite andar pelos caminhos mais imprevisíveis possíveis. Leva a vida com irreverência. “Para que caretices se nós podemos soltar um foda-se e depois aquele palavrão que alivia a alma.” Isso diria Simone. Mais do que isso, ela é autentica. Imagina coisas, causas e se mete em muitas situações conflituosas.


Metafórica. Dona de si. Singular. Segura. Simone. 


P.S.: Ah, perdoe-me se esse texto não estiver a sua altura.


Chris

Tom

 

Busquei por meio de seus textos  te interpretar, Tom ou quem quer que seja a pessoa que você queira passar. Antes de qualquer coisa, gostaria de afirmar que seus textos são muito bons e eu realmente gostei de ler .Espero apresentar definições que façam sentido mas se não, essas minhas tentativas foram somente arte de uma leitora criativa.Então vamos lá. 

Em seu primeiro texto, Ponto final, referente ao tema casal, Tom se apresenta como narrador. Ele criou um personagem relativamente triste, sem motivações e ao longo da história, encontra algo que o faz "acordar". Retrata a imaginação de um jovem ao ver uma linda moça no ônibus e acaba pensando em cenas e encontros de um possível relacionamento.Tom talvez possa acreditar em destino e encontros inesperados já que retrata isso em seu texto.Ele deve achar que jovens idealizam muito as situações e que muita das vezes elas não fazem sentido. 

Marx ou Menos, Tom escreveu para o tema direita X esquerda. A metáfora e a ironia feita no titulo já caracteriza o ideal o texto.Ele se apresenta ser uma pessoa de vasto conhecimento geopolítico, tem conhecimento dos Ministérios, da estrutura latifundiária, dos partidos e  de algumas ideologias.Creio que, devido a sua critica, ele não concorda  com os partidos que são chamados de comunistas. Seu posicionamento perante situação do governo é pró-impeachment. 

Sexo foi o terceira temática proposta em sala. É notável que a situação do texto expressa um pouco de suas angústias e dúvidas sobre escrever a respeito do assunto.Todo escritor passa em seus textos, nem que seja um pouco, a sua realidade. Ao meu ver, Tom dá o entender que ele acredita que sexo é um  tema delicado de se tratar.Muito porquê necessita de equilíbrio, nem muito pervertido, nem muito idealizado. 

Creio que "Não vai ter crônica" é um dos meus textos favoritos produzidos por ele. De novo, mostra a grande carga de conhecimentos que ele tem. Explora amplos sentidos da  palavra "golpe". No começo do texto, Tom expõe a frustração do seu time, expressa-se assim, uma pessoa que se importa com futebol.Ademais, mostra um lado mais bem humorado com piadinhas e frases engraçadas ao longo do texto. 

Em uma forma geral, Tom gosta muito de jogos de palavras, quebrar a expectativa do leitor e busca sempre sair da zona de conforto trazendo textos criativos.Cabe ressaltar, também, o ambiente proposto em seus textos: sempre comunsexperiências de teor cotidiano e que pode fazer parte da sua realidade.Tom, crítico, homem, criativo.... 

   

H.Machado

Cora



Cora cresceu, mas não queria ter crescido. Seu complexo de Peter Pan a fazia sentir falta da infância e de toda a inocência de não compreender as coisas ruins da vida. Observava as crianças brincando em sua rua e só conseguia enxergar luz. Não haviam sombras por perto. Ninguém parecia ter medo de que as sombras se aproximassem. 

Assim como Coraline, Cora também gostava de sair por aí procurando uma portinha para um mundo diferente. A realidade era chata demais, cheia de contas para pagar e preocupações. Para ter um motivo para levantar da cama todos os dias, Cora precisava imaginar, inventar, sonhar. Só assim conseguia ver cor em tudo que costumava ver em tons de cinza.

Cora não admitia, mas morria de medo do escuro. Deixava um abajur, sempre com a pilha devidamente carregada, em seu criado-mudo. O quarto dela era organizadíssimo. Seus pensamentos, no entanto, eram o oposto disso. Viver dentro de sua própria mente não era nem um pouco fácil. Era exaustivo tentar colocar em ordem uma bagunça daquelas. Tantas ideias, tantas reflexões, tantas vontades, tantas lembranças. A criatividade não cabia e transbordava, respingando em todos que estivessem por perto.

Cora passava muito tempo lendo textões de Facebook e refletindo sobre questões de movimentos sociais e minorias. Escrevia comentários enormes, mas nunca clicava em "enviar" - o medo da exposição era maior. Achava que a internet podia ser cruel demais. Cora tinha dificuldade de compreender a essência da crueldade. Quando via uma pessoa fazer mal a alguém propositalmente, era incapaz de ver um por quê naquilo.

Todas essas características de Cora faziam com que, para ela, escrever fosse tão natural quanto respirar. Todos que a conheciam não tinham a menor dúvida de que, um dia, ela seria uma grande escritora. E ela acabou sendo mesmo.

Por Lucy In The Sky

Uma de nós

          Cheia de nuances, a ex rainha e atual jornalista enfrenta as dificuldades da vida da maneira que consegue. Mulher forte, mas que tem seus momentos de fraquezas, assim como qualquer outra. O título que um dia recebeu teve que ficar no passado, assim como sua extravagância e petulância, Maria se tornou uma de nós, se tornou parte daqueles que enfrentam o dia a dia com a cabeça erguida, mesmo quando são jogados para baixo por tudo a sua volta. Maria mudou e não para de mudar, ex monarquista e atualmente de esquerda. Ex princesa e atualmente plebéia. Ex protegida e atualmente cheia de arranhões. A vida dela conta com vários ex's, que luta diariamente e os vence da maneira que pode. 
          Não é simples analisar alguém, se tratando dessa pessoa então, tenho achado mais difícil ainda. Antonieta é um mulher guerreira, que como várias outras já sofreu abuso e convive com o idiota todos os dias, pois do mesmo modo que várias outras, esse medo ela não conseguiu enfrentar. E sinceramente, ela não é mais fraca por isso. Já passou diversas coisas na vida, enfrentou muitos medos, no entanto, não é sempre que temos força suficiente para eles. São muitos os medos que surgem no decorrer em que vivemos, e as vezes precisamos de outros para nos tirar do chão. Talvez, Maria Antonieta só precise da ajuda de um amigo para superar isso, assim como Heitor foi importante para vencer um dos primeiros medos que encontrou, talvez ela só precise de alguém. 
          Ela possui um grande talento na escrita, expressa bem o que deseja falar, pelo menos com isso ela não precisa se preocupar. Seus cabelos soltos e sempre ao vento, dão a jornalista um ar descontraído e livre, acho que ela gosta da liberdade. Seus antigos vícios parecem terem ficado no passado e ela vem crescendo conforme nos escreve. Suas ideologias mudaram desde sua chegada em terra brasileiras, já que agora ela prefere pão com mortadela ao invés de um macarron. Suas dificuldades aumentaram, mas sua vontade de passar quem é pelos seus textos, não diminuiu nada. Maria Antonieta é um exemplo a ser seguido, desde sua vontade de escrever e nos dizer o que passou, até sua coragem e desempenho nas lutas que todos enfrentamos, ela é mais uma representante de nós. Maria deve ser feminista, e provavelmente corre atrás do que quer. É uma mulher real, com todas as suas qualidades. É carinhosa e gentil, daquelas que levanta no ônibus para dar lugar a alguém (e não me refiro a cadeira preferencial). Acho que nos daríamos bem, do pouco que conheço, gosto muito. Nunca fui da realeza, mas também fui aprendendo com as mudanças que se desencadearem, no fim das contas creio que temos muito em comum. 
          Maria agora é uma de nós.
          E porquê não dizer, que agora somos um pouco Maria também? Afinal, aprendemos muito com a ela, e tenho um sentimento que aprenderemos ainda mais. 

Melissa C.

Régis Junior se mostrou um dos escritores mais completos e talentosos durante a atividade. Por isso, nada mais justo do que esse humilde Júnior West que vos fala tentar descrever a personalidade que ele transparece através dos textos escritos.

Régis é uma pessoa que está sempre buscando sair do que todos esperam. Olha um desafio e procura analisá-lo para extrair um resultado que ninguém imaginaria. Entretanto, isso não quer dizer que ele foge da ideia proposta, mas sim que busca observá-la de uma forma que poucos conseguem.

Além disso, Régis já se mostrou um cara que gosta de utilizar o humor sempre que pode, mas isso não significa que coloca o recurso de forma excessiva. Sabe pontuar muito bem o que pode ou não satirizar.

O indivíduo ainda se destaca, no bom sentido, pelo seu preciosismo. Mostra-se detalhista com tudo o que faz, com cada elemento precisando trazer exatamente o significado que pretende. 

Régis Júnior, como escritor, já se mostrou capaz de explorar diversas temáticas em sua totalidade. Textos superficiais não combinam muito com ele e acredita que se for para fazer mal feito, é melhor que nem seja feito.

Ainda tem a habilidade de conseguir fazer com que o leitor se identifique com o que ele está escrevendo, gerando emoção e aproximação com ele. Traz abordagens atuais e de fácil compreensão, que demonstram uma ampla visão da realidade e que podem causar o mesmo impacto daqui a alguns anos. 

É interessante lembrar que o senhor Régis possui uma grande indignação com os problemas que a sociedade brasileira tem convivido. A conjuntura política, principalmente, tem o deixado muito preocupado, apesar de ele também ter capacidade de extrair boas piadas dessa situação preocupante.

Por outro lado, também questiona certos pensamentos muito presentes na população do país que já se demonstram um tanto quanto ultrapassados. Destacam-se aspectos como a homofobia e o costume do brasileiro em pensar que tem conhecimento sobre tudo o que acontece.

                                                                                         Júnior West

Caro amigo Régis Júnior,

A cada crônica que lia de sua autoria, vinha na minha mente a imagem de algum colega da classe, na verdade, até mesmo do professor Felipe, o que ainda não descartei. E para minha surpresa, eu não fui o único que pensei nessa possibilidade, por isso, parabéns pelos seus textos, são bem “profissa”. 

Você já me prendeu pelo seu primeiro texto, quando além de fazer uma crítica ao que a instituição casamento virou, que talvez concordemos, é uma instituição falida, você trouxe uma das músicas que mais me marcou nos últimos anos. Lembro-me de escutar os seis ou sete minutos de “Diário de um Detento” dos Racionais Mcs enquanto ia para o colégio e confesso que apenas quando já tinha escutado a música umas dez ou onze vezes que decidi parar para entender o que eles estavam querendo dizer, foi aí que eu passei a dar o maior valor para os caras. “Servindo o Estado, um Pm bom. Passa fome, metido a Charles Bronson”. Uau.

Agora, no terceiro texto você me surpreendeu um pouco ao contar a história de Rafael, o homofóbio que descobriu que é possível ter prazer anal, como diria nossa querida Sandy. Aí seus textos seguintes, tanto sobre golpe, direita x esquerda e até mesmo o tema livre seguiram certo padrão que me faz pensar e quem sabe descrever algo sobre você. 

Descrever uma pessoa apenas lendo seus textos nem sempre é uma tarefa fácil. Eu estava ouvindo colegas falando em dizer até sobre a cor do cabelo do autor. Desculpa, mas não passei no concurso para Mãe Diná.

Você é uma pessoa que se interessa bastante por política (quando a mascara do pseudônimo cair, vamos conversar) e tem uma visão bem crítica sobre a sociedade, o que fica evidente em absolutamente todos os seus textos, exerce cidadania.

Acho que você é uma pessoa tímida, pois seus textos não demonstram grandes mergulhos no seu intimo. Dificultou pra caramba meu trabalho.

Cara, falar a verdade, depois de todo o trabalho que tive para tentar descobrir algo sobre você, vou ficar muito decepcionado se você não for quem eu penso que você é. Tentei escrever de uma forma que se eu não soubesse que era eu, eu saberia quem seria, facilita a vida do colega, poxa.

Um abraço do companheiro Tom