segunda-feira, 4 de julho de 2016

Nós nem sempre ficamos com o amor das nossas vidas


Hoje eu resolvi falar.
Ainda dói bastante tocar no assunto, mas hoje eu resolvi falar dela.
E vou começar pelos seus olhos: Ah, aqueles olhos...
...aqueles olhos azuis tão serenos que passavam felicidade e calma ao te olhar.


Calma. Ela foi sem dúvidas a mulher mais calma que conheci.
Respirava fundo, suspirava, dava um sorriso de canto de boca e partia,
tranquilamente,
para a solução dos problemas.


E não eram poucos problemas.
Mas ela não fugia responsabilidade e ia com coragem...
...eu queria ter a coragem dela.
Na verdade, eu queria ter muitas das qualidades dela.


Quem era eu perto dela?
Ela era bonita, corajosa, inteligente,
Trabalhadora, simpática, engraçada e carinhosa
E eu era aquele menino que me limitava a admirá-la.  


Mas ainda que me custe admitir,
ela tinha seus defeitos também.
Geniosa e exigente,
perfeccionista e muito insistente.


Essa é a mulher da minha vida.
Era a mulher da minha vida.
Foi a mulher da minha vida.
Sempre vai ser a mulher da minha vida.

Mas acabou.
Ela foi se desgastando 
E eu, pobre menino, não podia fazer nada
ao ver o meu amor partindo.


Foi difícil 
ver o meu amor assim tão mal.
Tanta vida ali
deitada numa cama de hospital.


Já faz 7 anos que ela se foi,
mas o meu amor só aumentou.
Mas anota só:
Eu estou morrendo de saudade e ainda vou te encontrar, vovó.


Spencer Reid

3 comentários:

  1. Hahahaha que surpresa no final... adorei! A gente lê e pensa num amor antigo seu, numa namorada. Você utiliza essa mudança de perspectiva no final e essa é a graça do seu texto. Além de evitar os definidores primários, rompe o lead e é perene.

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  2. Concordo com Lia que no final há uma quebra de expectativa, mas que não deixa o texto menos emocionante ou triste :( Ele é profundo, perene e rompe com o lead. Parabéns! Achei lindo

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  3. Olá amigo(a) Spencer!
    Eu não tenho o que falar do seu texto, estou arrepiada. O incrível é que ao ler "ainda vou te encontrar, vovó" parei para refletir e me deu uma saudade da minha vozinha... ela também tinha essas características, todas mesmo. Mas enfim, seu texto é perene, rompe as amarras do lead e é MUITO profundo. Parabéns pelo excelente trabalho!
    Beijos perfumados de sua querida Maria Antonieta.

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