O desejo repreendido em mim clama pelo teu ser. Não sou capaz de controlá-lo, tampouco consigo fazer o mesmo com meu corpo. Mas posso tentar não pensar tanto em você... Sozinha à noite, mergulho em lembranças de nossos momentos íntimos. Éramos selvagens pecadores apaixonados. Nos tornamos estranhos separados por uma distância monumental. E eu não posso te dizer como me sinto.
Meu corpo ainda responde aos pensamentos mais masoquistas sobre ele. Mesmo assim, tento não me envolver nessa onda de imaginação que me desnuda. Sozinha ao amanhecer, o desejo repreendido insiste em continuar no âmago do meu ser. A existência de outros corpos sobre mim não é capaz de saciar a minha vontade. Ninguém me consome como ele. Simplesmente não posso dizer a ele como me sinto.
Caminho em direção à loucura, no ímpeto de encontrar uma solução para essa frustração. Os olhos castanhos que tensionam minha carne em segredo não me tem por inteiro. Por isso, carrego a revolta e o peso das palavras não ditas. Infelizmente, não posso dizer a ninguém que o meu suspiro mais sincero pertence a alguém.
O mal dito e o não dito caminham juntos. Como também sufocam aqueles que clamam por libertação.
Por Elizabeth Bennet
"Infelizmente, não posso dizer a ninguém que o meu suspiro mais sincero pertence a alguém." essa frase fez a experiência dessa leitura ainda mais gostosa. Achei interessante termos entendido e abordado o poema da mesma forma e gostei muito de como você articulou as palavras.
ResponderExcluirQuerido Nico, muito obrigada pelo elogio! Fico feliz que você tenha gostado da leitura!
ExcluirQuerida Elizabeth, a sensação sufocante que você quis passar no texto foi sentida com sucesso aqui do outro lado da tela. A frustração de qualquer nova tentativa e a decepção de não ser quem ou o que imaginamos são terríveis. Espero que você um dia se liberte e possa gritar ao mundo o que sente ou que pelo menos o que te sufoca deixe de pesar tanto.
ResponderExcluirQuerido Ford, fico feliz por conseguir transmitir ao leitor a sensação que eu sinto ao escrever sobre certos temas! Espero que, um dia, todos possamos nos libertar daquilo que nos pesa tanto!
ExcluirElizabeth, como o Ford mencionou no comentário acima, essa sensação sufocante presente no seu texto foi executada com perfeição. Muito bom texto como sempre, apenas gostaria que tivesse escrito mais, não porque eu sou exigente, mas porque é sempre um prazer ler os seus textos.
ResponderExcluirQuerida Lilith, fico muito feliz por saber que você aprecia a leitura dos meus textos! Peço perdão pelo texto tão curto. Confesso que não consigo escrever tanto sobre temas que me causam uma certa "perturbação" interna.
ExcluirElizabeth, querida, que texto lindo, uma verdadeira poesia, "o mal dito e o não dito caminham juntos", acredito extremamente nisso. Beijos, Manu.
ResponderExcluirQuerida Manu, fico feliz que tenha apreciado o texto! Beijos, Elizabeth.
Excluir