Naquele dia ensolarado, com aquelas ondas inquietas, vento fresco e a voz dos ambulantes da praia, percebi sua boca encontrar o copo do matte. Vi seu corpo vermelho arder no calor do sol. Era o verão do Rio de Janeiro.
A verdade é que naquele momento eu percebi como estava encantada. Percebi que o quanto te amava e te admirava, até nos simples trejeitos. Percebi que meus desejos estavam mais aflorados do que o normal.
Talvez fosse pelos seus grandes olhos castanhos, pela sua boca que tem uma uma elevação quando está distraído, ou até mesmo pelas suas grossas sobrancelhas.
Enfim, era a projeção da minha idealização, do meu conto de fadas.
Sabia que anos antes tínhamos tido a possibilidade de ficarmos juntos, mas o destino não quis. E hoje eu compreendo, éramos jovens demais.
Nesse período, já mais velhos, me dei conta de que você era um mistério, mesmo sendo meu melhor amigo. Tinha vontade de conhecer suas vontades mais profundas, e saber se, por mais que fôssemos melhores amigos, você sentia o mesmo por mim.
Ficamos. Descobri que você estava ficando com a minha amiga bem próxima antes. O sentimento de culpa me tomou. De qualquer forma, eu não tinha como saber. Com a nossa rotina e nosso costume de conversar todos os dias, tive a certeza que estava realmente criando um sentimento maior, mas tentava não demonstrar, até porque tinha medo do seu sentimento ser por ela, uma pessoa que você também convivia.
Estava tentando bloquear meus pensamentos e meus sentimentos por ti.
Mas um dia, depois de toda a dualidade dentro de mim, você chegou e pediu para me encontrar a sós, e disse, palavra por palavra, letra por letra, de tudo aquilo que eu tanto esperava ouvir:
Eu quero você.
Por Mona Lisa.
Monogamia, normas, traição, fogo, controle, liberdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário