sexta-feira, 28 de outubro de 2022

 Lá estávamos, pouco depois das 14 horas do dia 25 de outubro quando descobrimos que ocorreria um evento naquele mesmo lugar em que assistíamos aula. Uma parte da turma do curso de Jornalismo de 2022.2 da UFF estava presente, outros chegaram um pouco depois.

O evento era uma oficina de crítica midiática e letramento racial, organizada por uma professora do IACS que tem sua pesquisa voltada para esses assuntos. Ao longo da oficina, coisas foram vindo na minha cabeça, coisas que já presenciei e ouvi, mas um fato recente me foi puxado na memória.

Não muito tempo atrás, ouvi uma pessoa contando sobre algo que aconteceu na família dela. A caçula voltou da escola dizendo que “queria ser branca”. Aquilo foi um choque para todos da família porque era só uma criancinha fugindo de quem ela é. Como alguém tão pequena e, ao mesmo tempo, tão grande por ser tão feliz consigo e com os outros, de repente, não está feliz com quem ela é? Foi um tempo, esforço e muita conversa, mas essa ideia logo deixou a mente dela. Mas foi um esforço geral, não só dentro de casa, mas a todo momento. Sempre lembrando a ela o quão linda ela é, sempre mostrando o quão forte ela pode ser. Livros, bonecas, brinquedos, tudo que ela pudesse se espelhar. 

Embora não tenha sido voltado diretamente para este tópico, pensei logo nas crianças, que, muitas vezes, acabamos deixando de lado. Crianças negras, indígenas, de periferia, aquelas mais vulneráveis e que precisam de proteção. Como fazer para que elas não sejam tão afetadas por todo o preconceito entranhado no povo brasileiro? É um questionamento que venho me fazendo desde aquele dia.


Vincenzo Carlo DellaVoce Rizzo Mancini


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