sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Em chamas

 As crônicas sobre desejos foram quentes... E agora a gente se encontra com desafios cada vez maiores. Não é problema, é crescimento, aprendizado. Escrita livre sem libertinagem. E agora não tão livre assim. Que se provenha.

 

Tentei nas duas anteriores compreender uma narrativa, e tenho me empenhado em fazer isso até o final, em cada uma das escritas que se proponham. Temáticas são, mas quero, para além, “supertematizá-las”. Sempre. E o tema dessa me fascina.

 

Talvez, não tenha escolhido, das palavras, a que mais me marcou por significado. Me compreendi em uma mais simples que passa a significar bem mais para mim por apenas ser uma face grandiosa da narrativa que eu já tentava imprimir.

 

Metáforas, metonímias, eufemismos, e várias outras figuras de linguagem se somatizam a essa problemática. São inerentes a milhares de anos de histórias e vivências sobre o problema.

 

Vamos lá! Em Avatar: a lenda de Aang, o inimigo número principal que antagoniza toda a série animada é o Senhor do Fogo. Na vida real, uma das piores dores do mundo é se queimar. O Dragão seria o ser maior e mais periculoso em histórias mitológicas por sua capacidade de cuspir chamas. O Inferno, maior representação de penitência já criada, seria um calabouço de ardência em fogo. E por aí vai.

 

Por que digo isso? Para se refletir o quanto um elemento central da natureza é tão negativizado e pouco parametrizado. Veja: na história, Aang, em Avatar, percorre uma trilha se negando a dominar fogo após acidentalmente queimar Katara no início da série, mal interpretando o sentido desse poder. No final, após a jornada do herói se concluir, ou até mesmo no pré-clímax, ele entende o quanto o fogo é perigoso, mas também necessário, seja por iluminação, fonte de energia etc., o dominando com esperança e prazer.

 

E aí voltemos a realidade, o que não é o Sol que não o Astro-Rei que provém simplesmente a vida humana? O que não foi a descoberta do fogo para toda uma complexa cadeia de evolução da humanidade? O que não é o calor humano para a vida social? O que não é uma crônica quente além de uma forma de contar uma história que será desdobrada por tantas outras crônicas?

 

Mais uma vez, remeto à subjetividade da relativização. Tal elemento pode ser bom ou ruim, depende-se de como é manejado, encarado, percebido. E aqui não falo de Vesúvio ou Pompeia. E também não falo do Diabo.

 

Para quem queria comédia, esse exercício foi especialmente trágico. E quente. Mas, consegui manter minha narrativa com liberdade. Arda a quem arder?

 

Por Dante Alighieri II

 

Palavras não-utilizadas:

- Traição

- Carnal

- Viagem

- Relacionamento

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