Mês passado fez um ano desde que o meu pai se foi.
Um ano e eu, vez ou outra, ainda me pego me lamentando pelas conversas que nós não tivemos e pelos abraços que não demos.
O meu pai se separou da minha mãe quando eu ainda tinha três meses, e por esse motivo eu não passei a minha infância tão próxima a ele.
Toda vez que eu o visitava costumava rolar aquela conversa trivial de elevador “Nossa, e esse tempo hein?! Parece que vai chover…” e assim foi até eu crescer…
Nunca fomos muito bons em estender assunto, não parecia que tínhamos conteúdo pra isso, ele sempre foi introvertido e eu mais ainda. Contudo, eu sempre soube que esses assuntos bobos nunca foram vazios de significado, eles vinham sempre acompanhados de declarações silenciosas.
Toda vez que eu me esforçava pra caçar assunto pra formular uma dessas frases banais, o que eu realmente queria dizer era "É extremamente difícil pra mim, passar por cima da minha introversão, mas eu te amo o bastante pra pelo menos tentar."
Infelizmente, meu pai e eu só conseguimos aproveitar mais os nossos espaços de conversa quando ele já estava no hospital, quando eu passava creme hidratante nas pernas dele e me sentava ao seu lado na cama. Ainda assim rolavam uns silêncios arrastados entre um papo e outro, mas esses eram diferentes, já não eram desconfortáveis e não havia uma urgência louca de preenche-los.
Acho que a essa altura a gente já entendia o que o silêncio um do outro queria dizer.
Paty Maionese
AINNNNNNNNNNNNNNNNN MEUS OLHOS ESTÃO VAZANDO PQP
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ResponderExcluirPaty, caramba! Mesmo o seu sendo um texto menor no número de linhas em comparação aos outros postados, não quer mesmo dizer que é menos tocante e/ou sentimental! Chorei ao ler seu relato e ao captar cada detalhe rotineiro que quis (e conseguiu) passar com as memórias.
ResponderExcluirMuito impactante, parabéns pela força e sinto demais pela sua perda.
Meu Deus... Eu estou abalado. Eu e meu pai somos muitos parecidos como você era do seu, Paty. Lembrarei do seu texto pro resto da vida.
ResponderExcluirPaty, você me fez chorar :(
ResponderExcluirTenho certeza que seu pai sabia que você o amava e o queria por perto, mesmo que em silêncio. Seu texto está lindo
Que texto emocionante! Sinto muito pela sua perda!
ResponderExcluirGostei do texto, sinto muito por tudo, porém achei que faltou algo a mais( linhas, sentimentos, fatos).
ResponderExcluirEssa dor realmente é incomensurável! Te desejo toda força e que ele esteja vivo dentro de você.
ResponderExcluirForça!! Meus sentimentos..
ResponderExcluirTexto emocionante!
ResponderExcluirPaty Maionese, tem uma lágrima no meu olho. As vezes o silêncio vale mais que mil palavras. Cada um tem uma linguagem do amor diferente - são cinco no total - e lendo seu texto assumo que a sua seja gestos de serviços ou toque físico (pode ser misturado também). Talvez isso crie uma nova perspectiva e compense pela falta de palavras entre você e seu pai. Lamento pela sua perda. Abraços e beijos!
ResponderExcluirPaty, lamento muito por você passar por isso, muita força pra você!
ResponderExcluirCaramba paty, estou chorosa aqui. Seu texto declara oficialmente que tamanho não é documento, texto lindíssimo e muito tocando. Amei lê-lo <3
ResponderExcluirobs: Tenho certeza que seu pai te amava muito. Nem sempre demostramos os nossos sentimentos de modo convencional, mas não quer dizer que seja menos verdadeiro por isso.
Nossa paty, que texto emocionante. A escolha das palavras que você usou trouxeram uma carga bem forte pro texto. Parabéns pelo texto e pela força.
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