quinta-feira, 4 de abril de 2019

A tal da cegueira seletiva

      Será que o carinha do século XVI não percebeu que estava errado ao executar uma mulher que pseudo praticava bruxaria? Ah... Era da cultura, né, é mais fácil de compreender. Será que nenhum nazista soltou uma lágrima após enviar tantos judeus para uma câmara de gás? Ah... Teve uma grande lavagem cerebral nas pessoas. Será que o senhor de engenho não sentiu nenhum remorso ao transferir o seu ódio pelo preto naquele chicote? Ah... o Brasil foi um país escravocrata. Foi, né? Só foi.
      Eu queria muito ter 600 anos para ter vivido cada acontecimento que listei acima e falar com propriedade: Eu estava lá, eu sei o que vi, a história que hoje se conta não é mentira. Mas não estava, tenho apenas 24 anos e sei pouco sobre o mundo, sei pouco perto do que ele já foi. Mas não se acomode, pois minha idade não é motivo para julgamentos, pelo menos, uma coisa sei: Nenhuma justificativa descrita ali em cima é realmente uma justificativa. São apenas frases de conformismos, enquanto deveriam ser frases de revoltas, lamentações e como som de fundo: choro. 
      O mundo se perde cada dia mais nessas mentiras que contamos para nós mesmos apenas por ser mais fácil. O presidente do Brasil chama a jornalista de puta, mas ele é um homem de Deus e por isso votei nele, o presidente do Brasil diz que nazismo é de esquerda, mas ele é de família e por isso votei nele, o presidente do Brasil se envolve com milícia, mas ele vai acabar com a velha política e por isso votei nele. Compreendo que pessoas sem acesso à escola e outros meios de educação digam isso, mas meu tio? Meu irmão? Minha colega de classe? Se torna demais porque eles preferem esquecer de tudo que estudaram para satisfazerem o seu estilo de vida ou, até mesmo, para acabarem com a “petralhada” que, segundo eles, afundou o país. 
      Foda-se. Eu não to nem aí se afundou ou não o Brasil, enquanto eu tenho apenas dois candidatos para votar: O que acredita na violência como solução e o que não. Eu realmente não sei se as pessoas ficaram mais ignorantes ou se a internet ajudou esses indivíduos a se sobressaírem, o meio virtual se tornou um grande lixeiro onde muitos fedem pelos dedos, escrevem o que querem e propagam informações falsas sem, ao menos, verificarem se aquilo é real, a única barreira para uma notícia não passar adiante é caso seja fora das suas convicções. Os fatos ficaram relativizados. 
      Entre nós, é difícil a gente levar uma vida sem tropeçar internamente: Comer hambúrguer mesmo com o colesterol alto, sair de madrugada com prova no dia seguinte, fumar sabendo do prejuízo. Um desequilíbrio aqui, outro ali, ta tudo bem, agora viver buscando desculpas esfarrapadas para justificarmos as escolhas que, no fundo, sabemos que, ou nos fazem mal, ou fazem mal aos outros é como dizer: Me engano, porque gosto.
Gato de Botas

3 comentários:

  1. Oi! Acho que tem MUITA gente por aí que precisa ler esse texto como forma de ter um choque de realidade kkk
    Acho que na hora em que você fala do presidente, podia ter substituído algumas das vírgulas ali por pontos, assim como na parte em que você começa a falar da internet. Também podia ser um ponto ali antes do "...agora viver buscando...", porque a frase ficou muito grande.
    Ah, e ali na parte onde você fala que o meio virtual e tornou um grande lixeiro, não seria lixão? kkk Não sei, mas me parece que faria mais sentido kkk
    Muito boa a sua ideia!
    Bjs

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  2. Sensacional a ideia do texto e concordo totalmente com a sua crítica. Notei alguns erros de pontuação e repetições de palavras no terceiro parágrafo. Além disso, o uso constante de vírgulas nos últimos parágrafos deixaram o texto cansativo de ler. Minha dica é que você leia o texto para si mesmo em casa, com as pausas adequadas em cada vírgula, para entender o motivo de minha crítica. Abraços!

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  3. ahhh valeu pelas dicas e era pra ser lixão mesmo! kkk aff, que gafe��

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