quinta-feira, 18 de abril de 2019

Amigo da onça

Quando acordamos não temos ideia de como iremos finalizar o dia.
Pois bem meus caros leitores, assim começo a contar o meu trauma.
Meados de 2012, estava em um restaurante com uma amiga, deliciando um maravilhoso sushi, eis que toca o celular.
Era minha mãe, aos prantos! Ela dizia: - Filha, vem pra casa. Seu irmão foi preso.

Meu mundo parou, fiquei sem reação e só pensava como teria acontecido. Por um momento achei que pudesse ser uma brincadeira.
Chegando em casa, não sabia o que falar, só pensava em  acalma-lá.

Toca o telefone.
 Era meu pai, dizendo que o caso tinha sido grave e que talvez meu irmão pegaria anos de prisão. 
Mas como assim grave? O que ele fez? 
Meu pai explicava calmamente, e dizia: - Ele estava em um carro,  com os irmãos 
 João  e Douglas (seus amigos de infância ), e foi parado pela polícia. 
João dirigia, Douglas no banco do carona atrás e meu irmão ao lado do Motorista. Douglas portava uma arma, quando a polícia parou o carro. Ele chutou a arma para baixo do banco onde meu irmão estava. 
O porta luvas do carro estava cheio de drogas. 
Quando o policial perguntou o que estava acontecendo, os irmãos não pensaram duas vezes e disseram que meu irmão estava sequestrando eles.

Meu irmão, que sempre ajudou a família dos amigos, que era padrinho da filha do João . Algo não estava certo na história. 
Mas era óbvio que a história não estava certa, eles tinham subornado os policiais para contarem essa história.

Meu irmão foi preso, ficamos um mês  sem notícias (esse é o tempo que leva para a carteirinha do presídio ficar pronta). Foram exatos 5 meses esperando a sentença do juiz sair, e meu irmão foi condenado, pegando quatro anos e cinco meses em regime fechado, por porte ilegal de arma e tráfico de drogas. 
E ali, naquele momento, a família desabou.

Foram anos ajudando meus pais a fazer a sucata para levar ao presídio, anos sofrendo por não ter notícias. Quando tínhamos notícia era sempre superficial. 

Quando saiu o hábeas corpus foi uma felicidade sem fim, porém a alegria acabou em minutos. Aquele irmão que era amoroso, carinhoso e bom, não existia mais!
Seus sentimentos ficaram presos em Bangú 2.
Luz Luar

Um comentário:

  1. Oi, Luz! Sem palavras pra dizer o quão corajosa você foi ao compartilhar isso aqui. Minha solidariedade e meu abraço virutal <3

    Você começou e terminou seu texto muito bem, ficou bem impactante! Achei uns errinhos aqui e ali, em sua maioria ligados a pontuação:
    "Pois bem meus caros leitores, " ---> Aqui deveria ter uma vírgula depois do "pois bem".

    "Meados de 2012, estava em um restaurante com uma amiga, deliciando um maravilhoso sushi, eis que toca o celular." ---> Acho que nessa parte ficaria melhor você usar um ponto e não uma vírgula antes do "Eis que".

    "Meu irmão, que sempre ajudou a família dos amigos, que era padrinho da filha do João . Algo não estava certo na história. " ---> Aqui acho que seria uma estratégia legal usar pontos e não vírgulas. Daria um impacto, uma ênfase maior ao choque que está sendo expresso.

    Também notei que em alguns lugares você deu espaços demais. Além disso, ali na explicação do que tava acontecendo no carro a estética ficou meio estranha.

    Beijos <3

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