Pode ser errado, mas amo ouvir as conversas de ônibus (e não
me julgue porque eu sei que você também ama). Um dia desses, estava em pé a
caminho de casa quando comecei a prestar atenção em duas mulheres que estavam
sentadas conversando. Como não sei o nome, vou chamar de Maria e Fernanda.
Maria estava contando sobre um cara que ela conheceu numa festa na noite
anterior. Ela dizia o quanto ele era engraçado, divertido e lindo. Conversaram
a noite toda e acabaram se beijando. Mas, pelo tom culpado e pela forma que ela
falava, quase desistindo no meio das frases, percebi que tinha algum problema.
Foi quando Fernanda perguntou: Mas e o Thiago?
Maria ficou vermelha e pediu para a amiga não contar nada
para ele. Fernanda perguntou se ela estava arrependida e obviamente ela disse
que sim. É o que se espera que uma pessoa diga nessa situação. Mesmo que ela
tenha gostado ela sabe que trair é errado e nunca diria o contrário. Mas e se nesse
caso não fosse tão errado? Era o que ela tentava fazer a amiga e, principalmente,
ela mesma acreditar, através de desculpas.
“Eu e o Thiago não estamos numa fase boa”. “Já estava pensando
em terminar há um tempo”. “Eu acho que ele também já beijou outra mulher. Ele
sempre está com aquela Júlia, aposto que já ficaram”.
Pelas expressões de Fernanda, vi que ela não acreditava em
nada daquilo. Ela perguntou se Maria tinha pegado o número dele e a resposta
foi um quase inaudível sim. Por que ela pegaria o número de outro cara se ela
tem namorado? Foi o que pensei e o que Fernanda perguntou. Mais desculpas
vieram. “Ah, mas talvez nós possamos ser amigos”. “Anotei mais por educação”.
“Não é nada demais”. “A gente nem deve conversar mesmo”.
Elas se despediram e Fernanda desceu do ônibus. Só então
percebi que meu ponto já era o próximo. Comecei a andar mais para perto da
porta quando o celular de Maria tocou. Não me contive e olhei para a tela (e
não me julgue por isso também, porque eu sei que você já fez a mesma coisa). Uma
simples mensagem de oi com uma carinha feliz ao lado. Não havia mensagens
anteriores com esse cara chamado Caio. Poderia ser qualquer um, mas percebi que
ela ficou uns segundos parada olhando para a tela, em uma mistura de choque e
dúvida. Então, ela abriu um sorriso e seus dedos começaram a digitar uma resposta.
Sharpay
Evans
Te entendo TOTALMENTE, Sharpay. Gosto de prestar atenção nas conversas tbm, e na real nem é tão ruim, né? Se é uma pessoa que vc não conhece, não vai virar fofoca, o máximo que pode virar é uma crônica pro blog da aula! Que mal tem?!XD kkkkk
ResponderExcluirEntão, ali em cima você disse "Como não sei o nome", e acho que na verdade deveria ser no plural, já que eram dois nomes kk
" Mesmo que ela tenha gostado ela sabe que trair..."
No meu ver, aqui ficou faltando uma vírgula depois do gostado, e o ideal seria que não houvesse a repetição do pronome.
Bjs
Quem nunca, né? Hahaha. Achei interessante a narrativa, me prendeu do começo ao fim. Quanto ao final, o fato de ter ficado um pouco aberto à interpretações me agradou ainda mais. Parabéns! Abraços!
ResponderExcluirAchei uma historia bem fluida e gostosa de ler! Uhul!!
ResponderExcluirAcredito que o texto tem uma repetição excessiva do pronome pessoal "ela".
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