Nunca coloquei limites sobre minha exposição nas redes sociais. Nunca acreditei que houvesse perigos em relação a isso. Me tornei um "livro aberto" lido diariamente por mais de 3.581 seguidores no Instagram e 3.002 amigos no Facebook. Tudo se tornou um motivo de publicação. "Nossa! Como vapor do café está subindo diferente", "Preparando minha buchada de bode", "Indo ao cinema ver um um homem peixe com uma donzela". Sim, eu também fui o criador da ideia de tornar um ovo a publicação mais curtida do Instagram. Todas coisas ao meu redor, sobre mim ou não, tornaram-se razões para colocar nas redes sociais. Seja útil ou fútil deveria ser publicado
Entretanto, percebi que navegando nessas águas virtuais sem qualquer tipo de restrição a mim mesmo, descobri meu naufrágio. Certa terça-feira, por volta das 6 horas da tarde, enquanto preparava meu pão com requeijão (sim, eu estava filmando o preparo), a campainha tocou e no mesmo instante, estranhei. As visitas que recebo são raras. Geralmente, é o Correio entregando encomendas ou minha mãe, que mora ao lado, pedindo pra ensiná-la a postar figurinhas no grupo de Whatsapp. Mas dessa vez, era um jovem de aproximadamente 20 anos que apareceu. Ele estava feliz, eufórico, até mesmo suado. Acho que veio de longe. E para minha surpresa, ele disse gritando: "Não acredito que você realmente mora aqui. Eu vejo e curto todas as suas postagens. Sim, como muitos, sou seu fã! Será que eu poderia entrar para conhecer sua casa?". Caro leitor, você pode achar tudo isso tão comum, mas naquele momento foi como a cena do filme Titanic quando os engenheiros do navio se reúnem e percebem que em algumas horas iriam afundar. Um choque. Demorei a responder aquele rapaz, mas eu precisei dizer alguma coisa mesmo espantado. "Não. Você não pode entrar... Você trouxe câmeras? Armas? Quer saber, esqueça! Apenas suma daqui!". Bati a porta com força e entrei. Até mesmo cancelei a publicação do meu pão.
Mas o que realmente aconteceu naquele instante? Um conflito. Minha mente começou a projetar que diversos dos meus seguidores poderiam vir a minha casa. Sim, eu coloquei todas minhas informações pessoais em exposição. O medo começou a sussurrar. "Eles sabem onde eu moro... Talvez queiram me roubar... Estarão planejando um sequestro? Um assassinato?Talvez estejam fingindo que gostam de mim". O que acreditei durante todo esse período não ser perigoso, agora estava prestes a me enlouquecer. Naquela noite, passei o dia em claro. E talvez você esteja pensando que eu deveria ter excluído todas as postagens, mas já eram mais de 1.330 e as minhas indagações deixavam-me inquieto. Minha vida real era virtual. O que decidi fazer? Com todo aquela guerra dentro de mim, escolhi sumir. Ao amanhecer. arrumei minhas coisas, me fantasiei de palhaço para que não me conhecessem e o destino era chegar em um lugar onde não pudessem me encontrar. Talvez o Capitão Fantástico esteja certo sobre viver em uma floresta. Nietzsche disse que o conhecimento não é existe, apenas o trágico. Os embates constantes com uma verdade. Isso resume o que aconteceu: tragédia. Mas como estou vestido de palhaço, acho que isso pode virar uma comédia.
Joey Tribbiani
CITOU CAPITÃO FANTÁSTICO GANHOU MEU CORAÇÃO, GOLPE BAIXOOO
ResponderExcluirEntão, você esqueceu de pontuar o primeiro parágrafo no final, e em algum lugar tá faltando um espaço.
Fora isso, tem uma parte que pra mim não fez sentido nenhum kkk
"O que acreditei durante todo esse período não ser perigoso, agora estava prestes a me enlouquecer."
Essa parte do acreditar, eu entendi o que vc quis dizer, mas acho que ficou mal construído, você poderia ter escrito de uma maneira melhor.
"Naquela noite, passei o dia em claro." Acho que você se confundiu e seria ao contrário "Naquele dia, passei a noite em claro" kkkk Ou talvez tenha sido de propósito, mas pra mim não fez sentido kkk
Só isso msm, achei a crônica super interessante.
Bjs
Muito obrigado pelas dicas. Sim, a frase deveria ser "passei a noite em claro". E vou tentar deixar o texto menos confuso.
ExcluirCAPITÃO FANTÁSTICO É O MELHOOR
Encontrei alguns erros bobinhos, que acredito terem sido pura falta de atenção. Reler o texto depois de escrito sempre ajuda. Fora isso, a situação da crônica é, sem dúvidas, um ótimo objeto de reflexão. Gostei do texto, porém achei que o final poderia ter sido um pouco melhor. Abraços!
ResponderExcluirObrigado pelas observações. Realmente, preciso ler meu texto algumas vezes antes de publicar.. tô vendo que precisa de muitos consertos kkk
ExcluirConcordo com a Mia Thermopolis, o final poderia ser melhor desenvolvido. Eu até gostei da analogia do palhaço com a comédia mas, por outro lado, achei que ficou meio bobo na história, muito infantiloide.
ResponderExcluirObg. Tentei fazer uma analogia a uma frase do Coringa. Acho que não vou ficou bem colocada. Vlw pela observação.
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