Um trauma vem quando você menos espera.
Não da para prever, muito menos se precaver. Então, o que fazer quando ele
vier? Aquele momento difícil na sua frente que te atinge fisicamente e devasta
seu psicológico, que te deixa sem reação e faz o ‘’depois’’ se tornar tão ruim
quanto o ‘’agora’’. Essa pergunta, caro leitor, eu não vou saber te responder,
porque ainda não respondi a mim mesmo.
Numa tarde de terça-feira, que tinha
tudo para ser comum, me preparo para mais um dia da minha rotina nada
interessante. Pego mochila, chaves, um dinheiro para comer e o celular. Ah, o
celular... Aparelho cada vez mais indispensável. Eu tinha acabado de ganhar de
presente e havia ficado muito feliz.
Com fone de ouvidos, caminhava conforme
a música que ritmava o meu trajeto e me desconectava do mundo. O montante de
emoções que a aquela canção me passava fazia ser a favorita, aquela que a cada
estrofe cantada gerava uma reflexão e que, provavelmente, já tinha se repetido
três vezes naquele dia. A conexão gerava distração e, nesse momento, eu agi
contra mim.
O gosto de sangue na boca me causou
confusão. As memórias chegavam devagar, como se estivessem fazendo download na
minha mente. Até que eu lembrei... Havia acabado de virar a esquina e me
pararam, um homem um pouco mais alto puxou o meu fone de ouvido, interrompendo
a canção que me guiava. No susto, reagi. Eu o empurrei na tentativa de fugir,
até ser atingido por trás. O lindo dia de sol foi ficando mais escuro bem
devagar, até que apaguei.
Até hoje lembro de quando acordei, dos
sentimentos que corriam pelas minhas veias, da confusão que trovejava no meu
cérebro e na sensação de impotência que cobria a minha alma. Lembro-me do nariz
sangrando, pernas e braços machucados. Eu estava sem tênis, sem celular e sem
mochila. Encontrava-me paralisado, apavorado e dolorido. Os dias passam, os
machucados no corpo somem, contudo, as marcas no psicológico são eternas e,
mesmo 4 anos depois, eu ainda consigo me ver deitado naquele chão.
Larry Bird
Oi, Larry! Muito triste pensar que qualquer um está sujeito a passar pelo o que você passou! Todo mundo fala pra não reagir, mas a verdade é que na hora a gente não tá pensando muito, né?!
ResponderExcluirA única crítica que eu tenho pra fazer é, na verdade, uma sugestão. Acho que ali no final ficaria melhor se você pontuasse ao invés de usar vírgulas.
"... contudo, as marcas no psicológico são eternas. Mesmo 4 anos depois, eu ainda consigo me ver deitado naquele chão. "
Ao meu ver, dá um efeito mais marcante pro final.
Só isso mesmo!
Bjs <3