quarta-feira, 17 de abril de 2019

Quem eu era e quem eu sou

É difícil falar nessa história, não porque ainda tenha peso na mente, mas porque mesmo sendo o protagonista, sou um caso de narrador não confiável. Não porque esteja mentindo, não tenho motivos para mentir, mas porque o trauma fez eu perder parte da memória, logo não lembro direito o que aconteceu e tenho que confiar no que os outros falaram.
Nossa história começa em um dia como todos os outros.  O sol raia e as pessoas vão para o trabalho, um pouco depois já bem claro as crianças se dirigem para a escola. Nosso herói, no caso não tão heroico assim, eu mesmo, sou uma criança de nove anos. Muito enérgica e agitada. Não é que ela esteja feliz por ir à escola, ninguém fica feliz por ir ao equivalente infantil de uma prisão, mas sua imensa quantidade de energia juvenil (da qual hoje em dia infelizmente perdi quase tudo), faz agir com o impulso.
Nosso jovem sai de casa junto da avó, pois sua mãe já saiu para o trabalho. Os dois se dirigem ao ponto de ônibus para esperar a van escolar que vai levar nosso jovem a sua labuta diária. A van logo vai se aproximando e tudo parece normal, como outro dia qualquer, e de fato para todos, menos eu, foi isso. O jovem se empolga e solta o braço da avó e se move na rua, um grave erro que vai lhe custar caro. Um carro passa antes da van, ele teria visto se não fosse tão precipitado. E nosso protagonista acaba sendo atropelado por ele. A avó leva um susto, ela se aproxima do garoto, nenhum movimento dele, ela se desespera, teria morrido?
Mas não, o guerreiro infanto acorda, e grita “quero levantar”, mas não consegue, sua perna está quebrada. A família rapidamente se move para levá-lo para o hospital. Chegando lá seu ombro e sua perna tem que ser imobilizados para a recuperação, mas todos os órgãos estão bem, um susto, que demorara a cicatrizar, mas apenas um susto.
A experiencia me deixou uma marca (passo a primeira pessoa pois, quando era criança não era o mesmo que sou hoje), até hoje tenho um certo medo de repetir o pequeno desastre. Acho que morrerei já velho com esse medo, mas não importa, desde que eu não morra com sequelas de outro acidente, é um pequeno preço a pagar, menos que isso, essa é também uma dor de crescimento, pois nela fiquei mais forte, afinal o que não mata nos dá historias para a vida. 
Zaratrusta Profeta de Ahura Mazda

Um comentário:

  1. Oi, Zaratrusta! Acredita que até agora eu JURAVA que era ZaratrusKa, com K e não com T? kkk Sou bem trouxa mesmo! kkkk
    Sua história me lembrou de quando eu quebrei o braço. Normalmente eu tenho vergonha de contar essa história, mas já que é pseudônimo, tamo aí! Eu quebrei o braço quando caí tropeçando na alça da minha lancheira da escola kkkk Sim, minha família ainda me zoa até hoje por isso kkk
    Tenho uma leve ideia de como esse tipo coisa é traumatizante, e pra uma criança mais ainda. Seu caso obviamente deve te marcar mais que o meu, já que uma lancheira não é um vilão tão assustador assim kkkkk

    Tenho algumas coisinhas pra comentar acerca da sua crônica.
    Uma coisa que me chamou muita atenção foi a repetição do "nosso". Você usou muuuito "nosso jovem" ou "nosso herói", e acabou se tornando bem cansativo.

    "O jovem se empolga e solta o braço da avó e se move na rua, um grave erro que vai lhe custar caro." ---> Tem gente que usa essa repetição do "e" pra dar um efeito, mas acho que aí não faria sentido, e provavelmente foi só sem querer mesmo kkk No lugar do primeiro "e" o melhor seria uma vírgula.
    Fora isso, eu também percebi alguns lugares que poderiam ter uma pontuação melhor.

    " O sol raia e as pessoas vão para o trabalho, um pouco depois já bem claro as crianças se dirigem para a escola." ---> Fiquei meio confusa nessa parte, e tive que ler duas vezes. A falta de pontuação deixa um pouco confuso. Eu acho que assim ficaria mais claro, ó:
    O sol raia e as pessoas vão para o trabalho. Um pouco depois, já bem claro, as crianças se dirigem para a escola.

    "Chegando lá seu ombro e sua perna tem que ser imobilizados para a recuperação, mas todos os órgãos estão bem, um susto, que demorara a cicatrizar, mas apenas um susto." ---> Aqui depois de "estão bem" ficaria bem melhor usar um ponto do que uma vírgula.

    No último parágrafo, na parte do "Acho que..." também seria legal ter usado mais pontos ao invés de vírgulas. Deixaria menos confuso e arrastado, e daria um final melhor, mais impactante.

    Um beijo. <3

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