quinta-feira, 4 de abril de 2019

Terapia de Rua...


Saindo da terapia, fui surpreendido por uma voz do destino, que bagunçou meu intelecto, me fazendo ir embora pior do que quando cheguei. Por um lado, foi bom, pois mesmo, confuso e atordoado, estou me questionando sobre coisas que antes eu considerava muito óbvias e simples para serem passíveis de algum tipo de hesitação da minha parte. Quando me perguntavam sobre a vida, seus acontecimentos e embates, eu respondia no automático, sem realmente compreender e pensar numa resposta verdadeira e pessoal. Agia como um terapeuta formado pelos ditos populares, e propagava o senso comum do, “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.” No fundo, sempre pensei algo diferente do que falava para os outros e para meu eu interior, e então, foi quando me dei conta, se eu fosse advogado dos meus pensamentos, nós perderíamos o caso, e sairíamos de mãos dadas com réu e acusador, as palavras e as regras. Tudo é tão contraditório e dissonante, que aconselhamos um amigo como se fôssemos Freud, mas lidamos com a mesma situação, como pacientes surtados dele, que enxergam tragédia e fim em tudo.
Mas então, o que não mata, realmente nos fortalece? Sendo bem sincero, nunca cogitei ser assassinado por sentimentos, mas acontecendo, não focaria em me fortalecer, gostaria de uma vingança à altura. No entanto, se vocês me perguntassem o que penso a respeito, lhes diria para serem superiores, se reerguerem e não pagar na mesma moeda, o melhor é deixar nas mãos do destino, afinal, o tempo é um sábio e um justiceiro sob a mesma capa. Mas no fim, está tudo errado, não podemos romantizar os fracassos e as dificuldades da vida, usando como justificativa que as coisas são assim em si mesmas, que tudo de ruim que chega, é porque faz parte. Não, não faz parte se conformar, é preciso se movimentar, para se realizar, se descobrir e redescobrir. É buscar uma vida de equilíbrio, é se vingar sendo um doce, é mostrar suas diferenças, mostrando-se ser parte de um todo, que se completa na pluralidade, formando algo único, a humanidade. É buscar se rebelar para conhecer e conquistar a calmaria. Mas esperem um momento, melhor eu finalizar esse texto, estou num embate intelectual e sentimental com meu romancista de caos interior.
Shakespeare Iludido

2 comentários:

  1. "Romancista de caos interior" AMEI, não sei pq kkkk
    Então, tem alguns lugares em que acho que você botou umas vírgulas meio desnecessárias...
    "Por um lado, foi bom, pois mesmo, confuso e atordoado," --> Nesse caso aqui depois do 'mesmo'.
    " e propagava o senso comum do, “faça o que eu digo..." --> Depois do 'do'.
    "é preciso se movimentar, para se realizar, se descobrir e redescobrir," ---> antes do para
    Só isso msm
    bjs

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  2. Como a Leena disse acima, notei um certo excesso de pontuação onde não era necessário. Fora isso, sem críticas. Adorei o uso da frase popular, já que, quem nunca? Hahaha. Seu texto me fez refletir bastante no quesito do conformismo com o fracasso, achei muito boa essa ideia e sua argumentação ao redor dela. Abraços!

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