sexta-feira, 30 de março de 2018

Antônio Francisco Bonfim Lopes

Antônio Francisco Bonfim Lopes, o famoso "Nem da rocinha”, é considerado pelo tecido social um dos piores traficantes que o Rio de Janeiro já teve. Está preso desde 2011 e ainda responde a 8 processos. Foi condenado a 16 anos e 8 meses de prisão por tráfico de drogas e formação de quadrilha.

Podemos observar pela ficha criminal e pelo tempo de pena que, o “Nem da Rocinha” não é nenhum anjo, pelo contrário, é um criminoso. O objetivo desse texto não é fazer você virar “fã” ou apoiar um traficante, mas sim, enxergar o ser humano atrás de um rótulo de "monstro”.

Para uma reflexão melhor: O que você faria se tivesse uma filha de nove meses e descobrisse que ela está com câncer? Uma situação complicada, certo? E se você e seu marido - ou mulher - tivessem desempregados e imergissem em uma dívida de vinte mil reais, o que você faria para salvar a vida da sua filha? Ficaria mais difícil, não é?A última pergunta: Será que alguém  iria emprestar vinte mil reais para um casal desempregado que mora em um  pequeno cômodo na favela? Um cenário árduo de imaginar.

Após não encontrar uma saída e não conseguir respostas para as perguntas anteriores, "Nem" subiu o morro e começou sua carreira no tráfico. Depois de sucessivas guerras na favela da Rocinha, ele virou chefe do morro. Durante seu “reinado” na comunidade, foi criado campo de futebol para os jovens,  passagens foram distribuídas para que as pessoas pudessem visitar as famílias fora do estado e até mesmo cestas básicas foram dadas para os necessitados¸ segundo o escritor Misha Glenny, autor do livro "O dono do morro: Um homem e a batalha pelo Rio". Por outro lado, a droga que ele vendia e a guerra que fazia destruía a vida de muita gente.

Atualmente, “Nem” reside isolado em uma prisão de segurança máxima, mas com a certeza de que salvou a vida da sua filha.

"E você, seria capaz de virar o Herói da sua filha e o vilão do estado?"

Por Lispector de Assis.

Um comentário:

  1. Que reflexão maravilhosa. O Estado não faz seu papel, logo, muitos, utilizando meios ilícitos, conseguem condições financeiras para manter "seu povo". Como você mesmo disse, não se trata de apoiar um traficante, mas sim, enxergar o ser humano por trás de um rótulo de "monstro”.

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