sexta-feira, 30 de março de 2018

Frida Kahlo

Frida é mulher. Mulher considerada muito a frente do seu tempo. Mulher que inspirou e inspira outras pelo seu modo peculiar de ver o mundo e expressar seus sentimentos.

Não obstante, aquela que contestou os padrões de beleza de Hollywood e fez suas sobrancelhas grossas e seu buço com pelos se tornarem uma nova forma de também ser feminina, era uma mulher ser humano, com dores, frustrações, inveja e rancor.

A poliomielite que contraiu quando criança e sequelou suas pernas e as sucessivas 35 cirurgias realizadas não foram capazes de detê-la. Nem mesmo os rótulos recebidos como "a perna de pau" que, para ela, apesar de ser uma realidade, não a descrevia por completo. Isto a deixava inquieta, com olhar agressivo e sentimento de repulsa ao próprio corpo.

A fama, a fez ser uma heroína perfeita, que sempre sorri e diz "viva la vida". Contudo, o primeiro era só uma forma de não se autodestruir mais e o segundo apenas uma frase para tentar tornar-se uma fênix. Às vezes falhava.

Suas roupas floridas e coloridas que se tornaram tendência de moda não passavam de autenticidade para esconder sua deficiência e encontrar vida frente aos contínuos choros, vergonha e desilusão de si mesma.

Era uma mulher que amava intensamente, principalmente seu marido, Diego. Para a época, assim devia ser, "mulher, viva para o seu cônjuge". Só que seu amor não era suficiente. Ficava vermelha e rangia os dentes quando via a traição de Diego com a própria irmã e várias outras. Sua mente tramava ações, e elas não eram boas, ao contrário, sua mente era perversa e dizia para ela agir. Então saia com as amantes dele. Não só para trocar o chumbo, mas para ter o prazer que a muito não recebia do parceiro. A bissexualidade significava liberdade para Frida.

Seu diário era repleto de lamentações, angústias e desesperos frente a situação em que passou grande parte da vida - deitada em cima de uma cama -. Seus quadros retratavam humor e fantasia, tudo o que ela não possuía e almejava intensamente. Frida adorou viver, mas, a cada olhada no espelho, desejava intensamente a morte.

"Espero alegremente minha partida e espero não retornar nunca mais". Última frase de seu diário que contemplou toda sua existência humana.

Por Emma Alfie.



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