sexta-feira, 30 de março de 2018

Briggs

Nascido em 25 de julho de 1970, filho de Suelly Neves e Henrique Briggs, Guilherme é um conhecido dublador, tradutor, desenhista e ator, isto é, um homem das artes. Sua paixão é criar, ler, trazer alegria a quem está a sua volta. Isto graças a seu pai, a quem atribui ser sua maior inspiração. Durante a infância, quando estavam juntos, os dois passavam horas criando personagens e histórias, atuando e gravando, numa espécie de rádio teatro caseiro.

Muitos lhe atribuem a imagem de alguém que foi sempre alegre e feliz. Porém, se me permitem a analogia, diversos estudos já provaram que, fisicamente, a dor nos ensina nossos limites, e acredito que o mesmo ocorra na vida. Aos 12 anos, o jovem que já passava por uma relação conturbada com seu padrasto, saiu de casa a fim de morar e cuidar do avô doente, que viria a falecer mais tarde. Pouco tempo depois, foi a vez de seu pai, e maior herói, ser convocado a uma viagem sem volta, rumo ao infinito e além.

Seria ali o momento de catarse em sua vida, no qual batalhou contra todas as chances de ser derrotado. Lutou, talvez, contra vilões maiores que qualquer outro que viria a encontrar em suas futuras atuações na ficção. Diferente do que ocorre nos filmes de ação, não usou a violência para derrotá-los, pelo contrário, os trouxe para seu lado. Recalcou e converteu toda a dor, sofrimento e tristeza em criatividade, resolveu mudar, fechar-se no seu mundo de histórias e fantasias para assim buscar, segundo Aristóteles, o principal objetivo da vida: a eudaimonia, a sua plena felicidade. “Não importa o que a vida fez de você, mas o que você faz com o que a vida fez de você”, disse Briggs em uma entrevista, parafraseando Jean Paul Sartre.

Em 1991, já adulto, começou como estagiário nos estúdios da VTI Rio, onde embarcou, pela primeira vez, na sua “Jornada nas Estrelas”. E, hoje, seu talento e versatilidade, são reconhecidos por todos os profissionais do ramo. Entre suas centenas de trabalhos, já foi, por exemplo, um samurai, um astronauta, um robô gigante e até um super-homem. Apelido-o, portanto, de “O ser de 1001 vozes e personalidades”.

Para Alexandre Moreno, um de seus companheiros de profissão mais próximos, “[...] Guilherme é a referência da área na nova geração, pois não matou a criança que tem em si”. Guilherme Briggs não é um homem de aço, invencível, como se vivesse num mundo feito de papelão, isso não é o que o torna especial. Dentro de seu peito, ainda bate um coração infantil, o mesmo que no passado tanto sofreu, pois “sem sacrifício não há vitória”.

Por O Homem de Lata.


4 comentários:

  1. Gostei muito do texto e amei as referências que você colocou!!
    Por mais que alguns não o conheçam por nome, todos conhecem a voz do Briggs, voz de personagens tão queridos para nós <3
    Parabéns!

    Mary-Louise Paris

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  2. gostei de ler sobre uma figura que não conhecia! texto bem escrito!

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  3. Gostei muito da sua forma de escrever, bom texto!

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  4. Referências muito boas e um texto bem construído!!

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