quinta-feira, 22 de março de 2018

A perna de João

O futebol carioca possui a tradição de ter clássicos que antes mesmo de serem jogados, já conquistam seu lugar na história. Sem dúvidas, são partidas que param as ruas, atravessam muros, esvaziam as passarelas das praias. Entretanto, está havendo uma perda gradativamente maior da sua atratividade em relação ao povo, englobando torcedores ou não. Domingo, no Estádio Nilton Santos, pode-se perceber um dos reflexos da atual conjuntura do futebol do estado do Rio de Janeiro, o que é infelizmente uma realidade que merecemos.

Nas arquibancadas, menos de 15 mil presentes para acompanhar Botafogo x Vasco. Dói imaginar que a partida já foi palco das atuações de Garrincha, Dinamite, Jairzinho, entre tantos outros artistas da bola. Com o relógio rolando, a percepção da decadência foi visível logo de início: com apenas 4 minutos, em meio a uma disputa acirrada, um jogador do Vasco quebra a perna de João Paulo, capitão do Botafogo. Não quero entrar no mérito de discussões futebolísticas, nem mesmo à intencionalidade do jogador cruzmaltino, mas adianto que eu (e mais tantos analistas, comentaristas, espectadores) concordamos que o deveria ter sido aplicado um cartão vermelho ao jogador vascaíno. O que não aconteceu. Nesse instante, foi possível perceber o quão caótico estava o cenário do futebol carioca.

A perna de João Paulo teve 2 ossos fraturados: a fíbula e a tíbia. A fíbula quebrada espelhava o despreparo da arbitragem do campeonato estadual, que é fraca, destreinada e rouba os holofotes das partidas mais decisivas, quando sua função era apenas mediar o espetáculo. Ao seu lado, a fratura da maior osso, a tíbia, refletia na atual Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, a FFERJ, que é a mandatária do esporte no estado. Não são poucas as críticas à instituição, afinal, é a maior vilã dos torcedores assíduos dos estádios, cuja grande parcela é a favor do fim do campeonato carioca. Enfim, eu poderia abordar melhor os motivos da triste realidade do futebol no Rio, mas estamos nos acréscimos e o juiz já pediu a bola.

Por Maria Joana.

8 comentários:

  1. Eu AMEI o final, aliás, a crônica toda.
    Para quem não é apaixonada por futebol, essa crônica realmente prendeu a minha atenção.
    Parabéns!

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  2. Muito bom! Parece o tipo de crônica que leria em um jornal.

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  3. Muito profissional, perfeito pra ser colocado pra já num jornal!
    Parabéns e continue assim!

    Mary-L. P.

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  4. Eu me senti lendo um jornal! Ótima crônica, de verdade!!

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  5. Parecia um jornal, leitura boa e bastante dinâmica. Parabéns.

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  6. Parece até que você tirou isso aí do Lance! hahahahaha

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  7. O texto parece bom, mas infelizmente o assunto não me causa interesse. Não é uma crítica, só um comentário pessoal mesmo. Pelos comentários acima você arrasou, então espero que nas próximas crônicas seu talento seja tão explícito quanto nessa e eu adore!

    - desproporcional

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  8. É um tipo de crônica que eu não pararia para ler, sendo sincera, mas devido a gostos pessoais. De qualquer forma, não pude notar a qualidade que sua crônica possui. De fato, parece realmente de um jornal. Parabéns

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