quinta-feira, 22 de março de 2018

Beijo na chuva

Quando eu tinha por volta dos meus treze anos eu sonhava em beijar na chuva, achava chique o quanto Gabriella e Troy – mocinhos de High School Musical – ficavam lindos em um clima de romance se beijando após dançarem (e cantarem) no terraço do colégio.  Naquela época eu ainda não havia beijado, quem dirá na chuva, mas era um dos objetivos de vida bestas que todo pré-adolescente tem.

Em um dia de chuva, toda a minha panelinha da escola foi fazer trabalho de grupo na casa de uma das meninas e todas as minhas amigas – que eram bem mais evoluídas romanticamente – combinaram um horário com seus respectivos “crushes” e pela primeira vez eu vi um beijo na chuva pessoalmente. Foi cômico na verdade, bem diferente do meu sonho ilustrado pelo casal fofo da Disney. Minha amiga havia feito chapinha um dia antes e só foi se lembrar disso no meio da troca de salivas e gritou aos sete ventos: “MEU CABELO VAI ENCOLHER” e quando correu para a marquise pisou em falso em uma poça d’água espirrando água suja por toda a saia jeans.

Mas nada desse trágico acontecimento com a minha amiga fez com que o meu sonho se dissipasse tão fácil. Foi então que em um dia qualquer de 2015, meu namorado na época, foi me visitar na casa da minha vó e na hora dele ir embora estava uma chuva fraca, que logo se tornou forte. Foi então que eu pensei: Esse momento é meu. Nos aproximamos e eu tive o beijo tão idealizado debaixo da chuva, porém vi que realmente nada é como nos filmes adolescentes. A realidade é bem diferente disso tudo e idealizar situações que ocorrem em filmes é embarcar em uma desilusão assim que você acha que conseguiu o que sempre quis. Mas é um tanto que ingênuo da minha parte achar que as pessoas – e até mesmo eu – vão deixar de querer vivenciar situações de grandes romances, porque é isso que nosso cérebro faz quando vemos algo que toca profundamente no nosso coração e nos faz ter inveja daquele lindo casal de mocinhos.

Afinal, quem não queria ser Gabriella Montez e ouvir juras de amor de Troy Bolton na chuva?

Por Dandara Davis.

9 comentários:

  1. Sua história parece tão comum que pude me identificar no mesmo instante. Idealizamos muito momentos e até mesmo pessoas as vezes. Gostei bastante da sua simplicidade em descrever e analisar algo ocorrido na sua vida de uma forma engraçada e simples.

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  2. Ahhhhhhh, quem não gostaria, não é?!
    Eu amaria! Sou uma romântica e não tenho medo de assumir isso haha!
    Gostei muito, e concordo que nos iludir por filmes não é uma boa ideia (apesar de sempre fazer isso).

    Mary-L. P.

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  3. Adorei sua escrita, é bem simples e sincera. Além disso, me identifique demais com essa história, sempre me imaginei dançando Can I Have This Dance?

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  4. Uma escrita fàcil e boa de se ler. Parabéns pela bela escrita. Aliás, para o sucesso de um texto não é necessário palavras bonitas, mas sim um texto simples e fácil de entender.

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  5. História maravilhosa, ainda mais com um casalzão desses como modelo! Super me identifiquei!

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  6. gostei muito da análise. Texto gostoso de ler. Parabéns!

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  7. Sensação de nostalgia ao ler sua crônica! Parabéns!

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  8. me lembrei dos meus desejos de pré adolescente e das paixonites platônicas. graças que essa fase tenha passado, restam as lembranças de uma adolescência de muita paixão (inclusive pela Gabriela)...

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  9. Texto leve e gostoso de ler, uma das coisas que mais admiro no mundo da escrita. Tenho certeza que muita gente vai se identificar.

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