sexta-feira, 15 de junho de 2018

365 dias

Não me recordo agora porque parei pra contar, mas mês que vem faz um ano. Um. Ano. Um ano que você me beijou, me encostou, me puxou daquela roda. Um ano que você me chupou, me acariciou, me abraçou, me mordeu, me bateu, me despiu e me fez acreditar que sairia algo bom dali.

Note que eu falei encostou, não tocou, você já havia me tocado há semanas. Você tinha me tocado nas conversas, nas cantadas, nas promessas, nas piadas, nas imagens, em todo aquele papo de ter medo d'eu enjoar de você, que você não saberia viver, você ficaria mal, você tinha vivido 16 anos infelizes porque não tinha me conhecido ainda. Pois bem, eu vivo infeliz aos 16 anos e você tem sua parcela de culpa nisso.

Eu me lembro dos sorrisos, do tesão, da paixão. Me lembro do gosto dos teus beijos e daquilo. Me lembro do sabor de fazer com você pela tua casa, do prazer de ter a tua língua nos lábios, não os de cima. Me lembro de escrever pra você e de não mandar, mas ler e reler 500x imaginando qual seria a tua reação.

Acho que eu deveria ter parado quando eu percebi que tinha MEDO de te mandar porque eu sabia, eu sempre soube, que sentimentos te assustariam, te afastariam, te levariam embora de mim e eu não queria, meu deus, eu não queria que você saísse daqui.

Não que isso te importe. Você queria o carnal, queria o boquete, o sexo, o beijo, a putaria escancarada no sofá do teu apartamento e não, eu não vou falar que não queria, óbvio que eu queria, sempre quis, mas não era só isso, entende?

Eu não queria só isso, não era APENAS sexo pra mim! Enquanto você me viu o tempo todo como um corpo, eu te via como uma alma, mas você nunca me permitiu tocar na epiderme da tua alma com a palma da minha mão, e se a Ana Carolina soubesse disso, ela ficaria desapontada.

Eu te amei.

Eu te amo.

Dói me culpar todos os dias. Todos. Os. Dias. Pela tua falta de amor por mim.

Dói analisar conversas e momentos de meses atrás em busca de onde eu errei, onde eu falhei com você pra que você não conseguisse me amar da forma como eu te amo.

Mês que vem faz um ano que nós colidimos. O buraco negro que habita no meu peito saúda o buraco negro que habita no teu.

Mês que vem faz um ano que meu planeta começou a diminuir até ficar menor que Plutão, perto de mim, ele é um enorme planeta. Porque mês que vem faz um ano que você me beijou e você nem se lembra disso.

Por Aza Holmes.

Um comentário:

  1. MEU DEUS DO CÉU, MINHA NOSSA SENHORA!! EU QUERIA CITAR ESSE TEXTO TODINHO, MAS POR FAVOR, UM DESTAQUE PARA: "[..] eu te via como uma alma, mas você nunca me permitiu tocar na epiderme da tua alma com a palma da minha mão, e se a Ana Carolina soubesse disso, ela ficaria desapontada."
    INCRÍVEL, SIMPLESMENTE!

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