Mais um final de semana chegando e eu, solteira, estava pronta pra aquela festa de costume que ia com minhas amigas. Essa começou a ser minha rotina festeira após cinco anos de relacionamento e, agora, um ano de solteirice. Não foi fácil aprender a lidar com uma vida que eu não queria pra mim. Eu queria estar namorando com o meu amor, mas ele não me queria mais. Fazer o que, não é mesmo? Assim, aprendi a lidar com a liberdade e estar sem o meu companheiro e até que superou minhas expectativas. Tanto que em uma dessas festas que ia despretensiosamente e provavelmente beijar alguma desconhecida boca que conheci alguém que despertaria um desejo sem igual.
Não sei o nome dele, não sei a idade, muito menos endereço. Só sei que ao chegar na festa, fui pegar aquela cervejinha de praste e partir pra pista dançar a noite inteira. Todas as vezes que ia pra alguma festa o pensamento era o mesmo: “vou dançar, me divertir com as minhas amigas e não me importar em ficar com alguém”. Isso costumava funcionar até para que eu não me frustrasse se ao final da noite, não conseguisse aquela pegação boa. Naquela noite, tudo foi diferente apesar do início costumeiro. A diversão era sim o objetivo e eu dançava, brincava e me divertia com as minhas amigas como se fosse aquela festa do pijama que fazemos todo domingo vendo “Simplesmente acontece” ou qualquer outra comédia romântica que nos fizesse chorar com um balde de sorvete, doces e um bom vinho para fingirmos que somos adultas.
Parei um segundo meu imaginário de festa com amigas em casa e olhei pro lado. Ele tinha cabelo enrolado, era alto e tinha um sorriso e olhar que me deixou fixa à ele. Lembro que me aproximei, nunca fui de fazer a tímida e ele parece que também não porque veio ao meu encontro. “Oi, você vem sempre aqui?”, ele disse. Foi então que eu pensei, “Sério que ele falou isso? Só pode estar brincando comigo..”. É sempre assim, o cara é lindo ou então tem aquele jeito encantador, mas é só abrir a boca que vira um tremendo otário. Minha expressão já estava de completa frustração e totalmente perdida em meus pensamentos quando ele me interrompeu com uma risada naqueles dentes perfeitamente lindos. “Muitos costumam chegar assim, não é? Não se preocupe! Não sou como eles! Aliás, se gostar de How I met Your Mother, posso te levar em um restaurante com que tenha uma trompeta azul pra que possa roubar pra você”. Meu Deus! O que esse cara tá falando? A gente nem se conheceu e ele quer roubar algo pra mim da minha série favorita! Aliás, como ele sabe? Me assustei, mas me empolguei também.
O resultado daquela conversa foi que simplesmente o puxei e o beijei. Um beijo que começa devagar com cuidado e vai aumentando a intensidade. E ele me apertava forte e eu seguro aqueles cachos maravilhosos. O meu desejo por aquele homem ia aumentando a medida em que ia me beijando. Se me perguntassem o meu ideal de beijo certamente seria aquele. E aí que fomos interrompidos. Um amigo que não devia ter conseguido ninguém naquele dia o puxou dizendo que tinham que ir embora correndo. Era uma emergência. Não deu tempo de pegar o telefone, de falar o nome ou pelo menos qualquer pista que me fizesse saber quem ele era. Passei a todo final de semana ir naquela festa, mas ele não estava mais lá. Será que foi um sonho? Preferi não acreditar nisso. E desisti, mas o meu desejo e pensamento ficaram sempre naquela noite com o meu desconhecido e literalmente cara dos sonhos.
Por Mis Understood.
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