Escrevo uma história sem leitores. Um filme sem espectadores. Não divido o enredo da minha vida com ninguém (ou quase ninguém). É engraçado, pois o Pena sempre fala o leitor tem a prioridade do texto após a propagação do mesmo, o que me torna irônico, já que ninguém está lendo. Costumo por a culpa na minha personalidade, devo ser muito arrogante e não percebo, o que me deixaria muito puto, porque odeio errar. Herdei isso do meu pai. Sempre acabo afastando as pessoas que se aproximam demais, como se eu fosse fruto de Chernobyl, radioativo, pode-se chegar perto, mas nem tanto. Por isso, frusto-me com os seres humanos tão facilmente.
A mulher que mais amei na vida nunca me concedeu a reciprocidade, ou seja, meu sentimento foi em vão, como se eu enchesse uma garrafa aberta com vento, inútil. Contudo, acredito no destino, o mundo sempre deu voltas. Ainda sou atraído por ela, apesar de não termos mais a mesma convivência. Apaixonei-me pelos detalhes da sua personalidade, que é o que mais me atrai em qualquer pessoa. Meu desejo por ela é infinito, tenho noção disso, por isso nunca me afastei cem por cento.
Chorei na madrugada de quarta, com medo de perder minha mãe após ter visto um vídeo de um filho cuja mãe, com Alzheimer, não o reconhecia. Minha mãe já teve um AVC e ficou no estado de não lembrar muito bem quem eu era, e sei como isso doeu. Posso me lembrar perfeitamente dela deitada na cama de um hospital, na UTI, com um tubo em seu rosto, meu pai e meus dois irmão ao seu redor, escondendo o choro com um sorriso falso, mentiroso. Hoje, ela está bem melhor, mas ainda percebo as sequelas nela, ela não é mais a mesma. Fiquei tão frágil a ponto de chorar por um vídeo do Facebook. Meu desejo era que ela fosse imortal, ou tudo voltasse ao que era antes... o impossível é obsessão.
No mesmo dia, fui ao estádio me frustar, novamente, com o Botafogo. Era o jogo em que o Jefferson, goleiro alvinegro, se tornou o 3º jogador com mais partidas pelo clube. Amo-o de verdade, como se fosse um pai pra mim, e tenho o sonho de conhece-lo. Desejo que ele ganhe a Copa Sul-Americana esse ano, como forma de retribuição por tudo que ele já fez por mim e por todos os botafoguenses.
Desejos tenho aos montes, realizações nem tanto. Acho que, após o cumprimento de algum deles, encontrarei a felicidade que nunca conheci. Por isso, corro atrás dos meus sonhos profissionais desde os 16, na incessante busca de fazer minha vida ter sentido.
Por Maria Joana.
Eu achei que você perdeu o foco e não seguiu muito bem o exercício da semana. Para uma temática sobre desejo no geral, tá boa. Mas pro desejo relacionado à alguém - romanticamente -, não.
ResponderExcluirParabéns pela bela escrita, Mano Rod. Só faltou "romantizar com alguém"
ResponderExcluirBotafogo é triste kkkkkkkkkkkkk
Excluirgostei pq foi diferente de tudo, principalmente a parte q vc diz q so divide o enredo da sua vida cmg (ba dum tss)
ResponderExcluirKKKKKKKKKKKKKKK
ExcluirJá te amo, Ninguém. Deve ser por isso que não escrevi crônica... porque... eu amo... Ninguém... (ba dum tss)
Ninguém e Suco de Caixinha, tomem meu coração HAKSKSK SOCORRO
ExcluirO texto pode até não ter seguido fielmente a proposta, mas gostei bastante. As diferentes ideias estão bem organizadas em cada parágrafo, como pequenas histórias ou capítulos. Isso acabou deixando o texto bem simples (no bom sentido kjkjjk) e nada cansativo!
ResponderExcluirBoa crônica. Acredito que você não tenha entendido muito bem o tema dela, mas ainda sim trabalhou os sentimentos de forma bem bacana ao longo dos parágrafos.
ResponderExcluirE o Fogão tá complicado hein. Seria legal Jefferson ganhando um título mais expressivo depois de tantos anos no clube, porque terminar como o Mendonça seria complicado.
Gostei da crônica. Apesar de não ter atendido muito bem ao tema proposto, a ideia ficou muito criativa e bem organizada!
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