sexta-feira, 15 de junho de 2018

"Posso te beijar?"

"Posso te beijar?"
Podia. Muito. Como eu queria que nossos lábios se encontrassem, sentir a boca dela, que parecia feita de veludo e relembrar o melhor beijo, o melhor toque, os melhores cachos que eu poderia acariciar.

O meu amor tinha nome, sobrenome e um corpo que eu queria descobrir cada pedacinho mais e se possível, ficar bem perto durante todo o tempo. Não foi uma sintonia qualquer, nossa relação não era banal. Não que eu quisesse que fosse com alguém especial por puro moralismo, mas foi o destino que me colocou ela no caminho. E então lá estávamos nós, encantadas com um encontro nunca antes vivido e cheias de vontades pulsando dentro de nós. Não tinha nada mais naquele momento que eu quisesse do que congelar e relembrá-lo pra sempre. 

A meia luz do quarto deixou tudo mais especial. Quanto tempo eu esperei por esse momento? Uma adolescente com os hormônios a flor da pele por anos desejou aquele dia com todas as forças e cada parte do seu corpo. Os beijos molhados que eu dava todos os dias me faziam contorcer por dentro esperando por aquela noite, e ela tinha chegado.

"Pode." "Tem certeza?" "Bastante..."

As mãos dela, que já não se comportavam mais, foram convidadas a abaixar as alças da minha blusa, o meu short, e quando eu percebi, nada mais na minha frente importava a não ser desvendar todos os caminhos dela. Então seus dedos exploraram cada parte de mim, apertaram a pele que clamava por mais contato, mais atrito, mais força. Meus dedos e minha língua também conheceram ela, os lugares que sentia mais arrepios e de repente os nossos líquidos se misturaram a saliva, suor, excitação, desejo. Os batimentos aceleraram junto com os sons abafados, eu encontrava seus olhos vez ou outra, cheio de verdade. E o momento antes do prazer, a ânsia inexplicável pelos segundos mais preciosos que desejávamos, segundos que parecem imprescindíveis para me dar a vida de novo. Vivemos isso juntas. E ela faz parte das memórias que eu nunca mais vou esquecer.

Por Desproporção sentimental.

2 comentários:

  1. achei que você conseguiu traduzir bem um momento vivido por você! O último parágrafo ficou muito bom, consegui até imaginar umas coisas hehe parabéns!!

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  2. Arrepiei e não foi pouco. "[..]nada mais na minha frente importava a não ser desvendar todos os caminhos dela"
    Que tiro de bazuca!

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