sexta-feira, 15 de junho de 2018

Delírio de amor

Era uma noite quente de verão. As paredes ainda estavam aquecidas pelo sol forte do dia inteiro. Foi quando eu caminhei em sua direção. Minhas mão deslizaram pelo seu corpo, subindo até sua cabeça, onde tirei sua tiara, e arremessei para qualquer lugar. Não vi. Meus olhos tinham somente uma direção. O arrepio em seu corpo dava o tom no momento em que minha boca agia de forma incosciente. Eu agia de forma incosciente. Nossa sintonia era tamanha que parecia que havia um roteiro pronto pra nós. Estávamos predestinados a viver aquele momento. Era total instinto.

O toque transmitia nosso desejo. Meu tato perpassava e sentia aquela pele inconfunível. Um afago doce. Uma carícia feroz.

O melhor lugar do mundo era ali. Nossa  transpiração se desmanchava como qualquer aborrecimento que me transtornava anteriormente.

O murmúrio de sua voz revelava o prazer. Prazer que me fez desejar que aquele momento não acabasse nunca.

E quando seu corpo desfaleceu, nossa temperatura estava a mesma daquelas paredes.

O mundo real não existia mais. Só o delírio. Nosso delírio.

Por Almirante João Cândido.

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