sexta-feira, 15 de junho de 2018

Nada bem

Ponho minhas mãos ao seu lado, a prendendo contra a bancada. Elena se vira repentinamente, seus olhos denunciam o misto de confusão e curiosidade que acentua os castanhos deles. Um perfume suave de erva doce se intensifica ao passo que aproximo meu rosto de seu pescoço, deixando-lhes beijos lentos, a fazendo arfar um pouco. Volto minhas mãos para suas coxas, as pegando com firmeza e a colocando em cima da base de granito. Agora, ela que me prende contra seu corpo com suas pernas envolta a minha cintura. É engraçado pensar que até cinco minutos atrás estávamos discutindo por algo extremamente bobo e agora sua pele sendo iluminada com o sol do fim da tarde está me convidando para distribuir beijos por cada parte dela.

Começo a percorrer o caminho de suas costas, me perguntando quantas vezes disse à ela o quanto era macia e suave...Talvez umas centenas? Não sei. Ainda assim repito. 

Seguro seu queixo, deslizando a ponta de meus dedos suavemente pelos seus lábios entreabertos e em seguida a ponta da língua, a provocando antes de finalmente beijá-la intensamente. Elena envolve meu pescoço com seus braços, deslizando suas unhas na minha nuca. A aperto de forma mais forte devido aos arrepios que vão se espalhando pelos meus braços e pernas. Acabo por começar a despi-la, iniciando pela blusa e em seguida o sutiã, deixando-os livres da forma que ambos gostamos.

Apanho seus seios entre minhas mãos e com a língua sinto a maciez de sua pele. Seu cheiro me deixava extasiado, seu toque me fazia ansiar por poder finalmente colocar seu corpo perfeito em mim. Seus suspiros ao pé do meu ouvido me faziam ansiar por tê-la.

O corpo de Elena corresponde a cada toque meu. Podia ver isso a cada movimento mais forte, a cada aperto, a cada suspiro. Não importando onde eu a toque e acaricie, podia ver sua pele vibrar.

Ela agarrou minha camisa e a desabotoou, jogando o restante de nossas roupas longe, me trazendo para mais perto de si. 

As mãos de ambos passaram a explorar um ao outro, sabendo seus carinhos preferidos, nos lugares certos, que nos faziam suspirar. Meus beijos lentos e precisos um dia ensinados por ela acariciavam sua intimidade, fazendo-a se contorcer, em uma sensualidade que me deixava louco.

Agora sobre a superfície macia da cama, cuidadosamente me coloco entre suas pernas, instigando-a e intensificando até que estivesse pronta para o momento de penetrá-la. E assim, tudo ficou em seu lugar exato, certo, perfeito...

Estando sobre mim, nos abraçamos ainda mais forte. Beijo cada parte de seu rosto, ouvindo a doce melodia dos sons que emite. Com o passar do tempo, sentíamos a necessidade de mais prazer, mais intenso, mais forte, mais rápido. 

Além de amá-la, amava fazer amor com ela.

Nossos nomes começaram a ser murmurados entre as falhas respirações. Gotas de suor deslizaram sobre as curvas que eu segurava com força. Nossas mãos estavam fortemente entrelaçadas. Meus pensamentos começaram a se dissolver, a se apagar. Os nós que tinham se formado em nosso ventre, começaram a se desamarrar. Seus olhos se fecharam e eu me juntei a ela. Senti nossos corpos se contorcerem e logo em seguida se desmancharem... O mundo embranqueceu-se, se quebrando em milhares de pedaços e depois se juntando novamente, se recompondo. O mundo nunca mais seria o mesmo.

Elena sorriu satisfeita, pondo seus dedos nos meus lábios, acariciando-os enquanto lhe devolvo com beijos. Ela se deita de costas para mim e eu a abraço. Rindo por tentar entender de como de uma discussão viemos parar aqui. 

Ela respira fundo e sussurra sobre o quanto somos bons juntos. 

Bem, como eu poderia discordar?

Por Safira Audittore.

Um comentário:

  1. Nossa, que delícia de crônica. Eu consegui ver tudo e senti uma paz de espírito lendo. Muito boa, de verdade!

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