Começou como se não fosse dar em nada. Ambos os lados não tinham expectativas um com o outro. Se conheceram da maneira mais genérica possível, em um grupo de rede social. Mal se falavam no início. Ele por achar que ela não gostava da sua pessoa. Ela por nem notar ele direito. Eram algumas as mensagens trocadas entre si, porém nada o suficiente para fazer com que houvesse uma conexão maior do que a de apenas conhecidos.
Mas um dia a história mudou. Não por coincidência, mas porque ela tinha de mudar. Afinal, ele queria chamar a atenção dela, só não sabia como. As poucas palavras trocadas no grupo de comunicação virtual não eram o suficiente para que seu objetivo fosse alcançado. E se as palavras não eram sua amiga, se fez valer da imagem. Decidiu mandar uma foto com um amigo para aquela que desejava chamar a atenção. No entanto, o tiro saiu pela culatra.
Ela respondeu a sua foto. Ele viu a mensagem dela chegando e seus olhos já brilharam, pensando se tratar de um interesse por parte da menina. Ela estava de fato interessada. No seu amigo. Inclusive pedindo o número dele. E como se fosse numa tourada, ele foi apunhalado com força no peito. Porém, nada pôde fazer. Ele era daqueles que resguardam os (poucos) sentimentos de afeto que surgem em seu coração. E por conta disso, nem ela, nem seu amigo faziam ideia do princípio de amor que ele poderia estar sentindo.
E por meses aquele sofrimento de angústia que o afetava se estendeu. Até os dois começarem a se distanciar e o seu amigo voltar a namorar com sua ex. Era o momento que ele esperava para poder, finalmente, dizer o que sentia. E o fez. Mal sabia ele que ela também nutria secretamente uma ternura pelo garoto, outrora desiludido, agora realizado. Entretanto, não era uma realização concreta. A distância ainda era o empecilho maior. Embora de humanas, ele tinha noção de algo bem exato: 1492 era o número de quilômetros que os separavam.
E ainda que estivessem fisicamente tão distantes, se sentiam mais próximos um do outro do que de qualquer outra pessoa que fizesse parte de seu círculo social do dia a dia. Esse empecilho um dia veio a ser superado. Ela foi ver ele. Mas não por muito tempo. Era só uma escala para ela poder fazer uma viagem ainda maior. Ficaram juntos por somente 10 horas. Mas que horas! Há quem diga que foram as melhores que já viveram. Só que, como diz o ditado, tudo que é bom, dura pouco. E as 10 horas se passaram como se fossem 10 minutos. E a viagem continuou.
Dentro de tantos números já citados, agora o que mais incomoda ainda reflete a distância que os mantém longe um do outro. E o incômodo, assim como os números, é ainda maior. Dessa vez, 10683. Mas nada que faça com que eles fiquem distantes. Ainda se sentem como as pessoas mais íntimas do mundo. E esse mundo tão vasto, que os separam, um dia há de uni-los. Pois para quem esperou por 3 anos, sofreu por 3 meses e amou por 10 horas, o destino guarda não um número, mas um símbolo. O do infinito.
Kevin Dezap
Kevin Dezap
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