segunda-feira, 19 de junho de 2017

Fogo líquido


As pessoas sempre me perguntam quem é Tyler Durden.
É como se todo mundo exigisse uma definição para o que enxergam com negação. Não basta aceitar que nem tudo se limita a uma simples explicação?
Não.

E mesmo assim todos seguem fazendo as perguntas erradas e forçando.
Faz onze semanas que estamos entre quatro paredes e eu não consigo ‘chorar’ com vocês me olhando.
E isso começou porque eu estava sem tempo e precisava de uma noite de sono.
O desafio, a descobrimento, receber na terça e esquecer até às dez para meia noite da quinta-feira: isso me fez dormir mais do que um bebê, mais do que pode ter feito bem à você.
Todas essas semanas ouvindo as mentes falando “somos o futuro da imprensa”. O silêncio não significa que estejam ouvindo, eu sei que estão tramando a próxima sentença.
E, por favor, falem, eu gosto de ouví-las.
Admiro cada linha que escrevem com o sorriso de quem não tem na cabeça uma mira.
Somos todos muito novos e ninguém sabe o que é morrer. Mas a morte é o primeiro passo para a eternidade, exatamente aquilo que o homem chamou de perenidade.

Eu sei disso porque Tyler sabe disso.

A minha palavra tem o mesmo objetivo que a sua. A diferença é que eu gosto de cobrí-la e hoje eu a trouxe bem exposta, nua:
Uma banheira de gelo;
Vapor de ácido nítrico a 98%;
3 medidas de ácido sulfúrico;
Glicerina;
Serragem;

Boom.
Não precisa de explicação. A vida é assim, e aí de repente você tá no chão.

Eu sei disso porque Tyler sabe disso.

Eu os estive observando insano para que me dessem o soco mais forte que conseguissem, porque eu necessito da adrenalina para limpar a fuligem.
Preciso adicionar gasolina e coca diet ao que todos nós sabemos. E aí então eu paro de brigar com o tempo.
E depois de conseguir me abrir para vocês, ainda não sabemos quem somos. Talvez eu esteja no meio, à frente ou lá atrás. O que importa é que no primeiro dia me colocaram uma arma no fundo da garganta e eu prometi que não falaria só com vogais.
Todos vocês, aqui, nessas noites, são as minhas férias. O quão bons, ruins ou medianos foram me fizeram dormir porque se tornaram minha oficina de ideias. Talvez eu seja um projecionista de cinema velho colocando 0,83 segundos de nudez em um filme inocente ou o mais provável, um de vocês: estudante, exausto, de esquerda, descrente.

Agora, no fim, eu conto a verdade do que tudo é:
a arma
a anarquia
Foi tudo feito para uma mulher.

Eu mesma, Tyler Durden.

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