quinta-feira, 8 de junho de 2017

Raio de Sol

Escrever já foi meu ponto forte. Minha criança sempre adorou! No Ensino Fundamental já fui encorajada a ser jornalista só pela adoração por inventar histórias e pela alegria de brincar com as palavras. Na faculdade, alguns anos depois, me vi desafiada pela escrita: Crônicas, semanalmente, pouco mais que 48h de prazo, temas pré-estabelecidos, avaliação de colegas, de professor, de roteirista, de mim mesma. Mais insegura do que nunca, com tantas boas ideias, me recolhi para observar os outros autores. Sem arrogância, aplaudi muitos e tentei não exigir dos outros aquilo que não pude cumprir. Mas pensei sempre: Por que você não foi capaz de ter uma ideia dessas?

Um dia desses disse a minha mãe que essa disciplina só servia para me trazer estresse. Sabiamente ela disse que teria um processo de crescimento em mim depois da experiência. Sim, sabiamente ela me disse isso. Sabiamente porque, quase no fim do percurso, posso me ver olhando para aquela criança escritora que ela sempre apoiou e investiu. Aquela criança segura e corajosa, criativa e que se arriscava, deu lugar a uma adulta insegura e que teme inventar coisas mirabolantes. Hoje me inspiro em mim mesma, aquela que aos 14 pensava ser tão capaz e que tinha a petulância necessária para se inscrever em um concurso de redações. 

Sem grandes pretensões, agora espero meu prêmio. Não o prêmio da redação que eu desejava aos 14 anos, outro: Uma boa nota aqui. Não é um Nobel ou um Akutagawa, é a provação para mim mesma e para mais ninguém. A provação de que existe ainda uma criança escritora em Sunny. Prodígio, confiante, talentosa. No meio do caminho até aqui ela foi se perdendo, mas quem sabe eu não a recupere daqui um tempo? 

O raio de sol que irradiava toda sua luz, hoje se esconde em si mesmo, mas vai irradiar novamente, ensolarar, brilhar.

Sunny

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