2 de julho de 2008, 6 anos de idade e um time assustador que encantava a América do Sul. A maior e mais impactante festa vista em um estádio de futebol, ampliada nos olhos de uma criança cheia de sonhos e vidrada nas listras verde, branca e grená.

Tenho uma teoria, totalmente fundada pelas minhas lembranças pessoais, de que só não apontaram a oitava maravilha do mundo, pois quem escolheu as sete anteriores não colocou os pés no chão de cimento lendário do antigo Maracanã, não subiram a rampa enquanto foram vendo aos poucos o gramado mágico verde e a festa da mais bonita do mundo. Já viajei por alguns países e estive de frente com várias "maravilhas" naturais e feitas arquitetamente por mãos humanas, mas nada chegou perto da sensação de subir a rampa do verdadeiro gigante de concreto pulsando, repito, nada!

O Fluminense começa o jogo precisando tirar dois gols de diferença contra um chato e eficaz time equatoriano, por causa do resultado do primeiro duelo disputado fora de casa. A missão/sonho tricolor fica ainda mais difícil após um gol fantasma do atacante Bolaños com um chute de fora da área. Para sorte carioca, surge um possível herói com nome de Thiago, que faz três (recorde histórico) em um jogo quase perfeito. Mas para azar dos mesmos cariocas, o sujeito de apito na boca faria de tudo para prejudicar. Desde um pênalti escandaloso em Washington a vantagem absurda ao goleiro Cevallos, o sujeito com nome de Héctor Baldasso conseguiu dar nos pênaltis uma libertadores a LDU. Com o time brasileiro sem pernas após um jogo exaustivo, o elenco estava sem pernas e acaba caindo nos pênaltis, destruindo aquela criança de apenas seis anos que estava no Maracanã.

Para uma criança que tinha a certeza do maior título da América, foi algo traumático. Com a incerteza de se um dia ia voltar a ver uma final dessa até as zoações sadias de amigos, com certeza foi o meu “Maracanazo". E a todos aqueles que corre sangue verde, branco e grená na veia, saudações, compartilhamos do mesmo evento traumático.

Autoria de Barba Ruiva