quinta-feira, 17 de junho de 2021

A favorita


Em toda família com irmãos rola aquela discussãozinha de quem é o filho favorito, e mesmo

sendo uma brincadeira, acho que é um dos assuntos que tem um fundo de verdade. Para

situar: sou a caçula de quatro crianças e com certeza não sou a preferida.


Por ser a mais nova, sempre fui a mimadinha de papai e mamãe, mas só até certa idade. Por

volta da minha adolescência começaram a surgir discussões por eu não ser a filha que eles

esperavam e as comparações com minhas irmãs mais velhas. “Sua irmã trabalha desde nova”,

“Sua irmã, com a sua idade, já cozinhava e limpava a casa inteira sem nem pedir”, “Você é

muito burra pra não conseguir fazer isso, até sua sobrinha consegue”. Essas foram algumas

das frases que tive o (des)prazer de ouvir.


Hoje, na casa dos 20 anos, eu percebo muito mais claramente o favoritismo que rola com as

mais velhas. A primogênita é sempre colocada acima das outras, e por mais que eu demonstre

aceitar a brincadeira e entrar na onda, machuca. Ver que seus pais preferem uma das filhas,

favorecendo as mais velhas e ser deixada de lado, é algo que incomoda.

É infantil, eu sei, ficar se lamentando por algo besta, mas esse sentimento de ser deixada de

lado, não só na família, mas em outras relações, é algo que me acompanha até hoje, o medo

de não ser boa ou legal ou suficiente e ser excluída de algo, e acho que só quem passa por

essa insegurança entende.


Sienna Vettra

9 comentários:

  1. Ei, Sienna, quem disse ser infantil seu sentimento? Aliás, é super aceitável sentir algo desse tipo na sua situação. Nós queremos amor porque é aquilo que move a gente, mas dói bastante quando não o recebemos de pessoas que amamos, é como se tivéssemos algo de errado, não é?

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  2. Sienna, não tem nada de "bobo" ou "infantil" nesse sentimento. É legítimo e precisamos falar sobre ele. Imagino como deve ser chato se sentir assim. Mas, ainda que seja difícil e um exercício constante, busque sempre prender-se as pessoas que te fazem sentir especial. Essas valem muito a pena e precisamos valorizar, sempre priorizando-as para tentar enxergar o copo meio cheio. Uns podem até não nos dar tanta bola, porém, por outro lado, existem pessoas que nos dão toda a atenção que precisamos. Parabéns pelo texto.

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  3. Sienna, nunca diminua o tamanho do seu sentimento, ele é completamente válido. Sinto muito que você tenha que passar por isso. Adorei sua escrita, consegui sentir sua dor através do texto, parabéns!

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  4. Oi, Sienna. Seu texto foi bem leve e sincero. Deu para sentir a frustração e a mágoa que a gente tem que recalcar.

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  5. Oi Sienna, amei muito seu texto e seu nome, a forma que se expressou sinto que foi muito sincera e isso torna seu texto ainda mais lindo. Espero que as pessoas saibam te valorizar mais e que sua família enxergue a grande pessoa que você se tornou. Força !!!

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  6. Sienna, se é algo que te incomoda então não é "infantil" falar sobre isso! Não diminua os seus sentimentos, pois, ao fazer isso, vc dá prioridade para os sentimentos e ações dos outros sobre vc. É muito triste ver pessoas que amamos nos machucando, mas temos que ter coinsciência de que nem sempre elas percebem o quanto disso está nos fazendo mal. Recomendo que nas próximas vezes que essas comparações e diminuições acontecerem, que vc não "demonstre aceitar na brincadeira", se imponha e fale para a pessoa parar. E mesmo se esse tipo de coisa continuar acontecendo, busque sempre se prender nas pessoas que te fazem se sentir especial. Um abraço!

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  7. Sienna, mesmo sendo filha única, com esse texto, consegui sentir sua dor. É muito ruim não ter o olhar que a gente tanto deseja dos pais, sentir que sempre vai faltar alguma coisa, um tom de decepção. Essa falta não é ser infantil, é ser humano.

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  8. Sienna, infelizmente as comparações sempre vão existir, porém é necessário que ela seja de forma respeitosa e sem favoritismo. Obrigado por compartilhar conosco a sua revolta. Todo meu apoio a você!

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  9. Oi. Acho que já falaram, mas, pra caso você não acredite, seu sentimento é totalmente válida. Não acha estranho como os adultos que aprendemos, por toda a infância, que sempre deveríamos respeitar sejam tão irresponsáveis?. Passei por algo parecido, hoje tento (mas não da certo sempre, e assim é a vida) seguir o lema "NÃO HÁ GANHO NA COMPARAÇÃO".

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