Quando vejo datas especiais como Dia das mães, Dia dos namorados ou Dia dos
pais penso sobre duas coisas: temos muitas datas comemorativas similares a essas
durante ano, e por qual motivo temos tantas datas comemorativas similares a essas
durante ano? Fato é que, em tempos de redes sociais sempre atualizadas, as postagens
de felicitações tomam conta dos feeds assim como uma típica frase com variações de
acordo com a data: “hoje é o dia festivo, mas todo dia é o seu dia!” Confesso que esta
frase já me trouxe diferentes sentimentos. De achar fofo a achar brega passei a
realmente refletir a respeito de onde se encontra todo o afeto das determinadas datas no
meu cotidiano.
Mas calma. Como é esse afeto? Bem, pelas legendas das fotos deve ser algo
parecido com amar muito alguém, talvez sentir saudade mesmo em situações habituais
as quais simplesmente te levem a querer estar junto com alguma pessoa ou ainda
demonstrar carinho tentando manter o máximo de contato possível até quando se está
em uma rotina corrida. Se de fato é assim, tenho um grande problema. Caso o ponto
principal seja a saudade, ele já ficou mais de um mês em outro estado e, por uns bons
dias, eu sequer lembrei da distância. Querer estar junto? Sinceramente? Ele me leva
para uns lugares bem legais, paga o lanche e me deixa em casa até demonstrando o
quanto queria aproveitar o tempo comigo, entretanto, não sei se penso igual e nem, ao
menos, recordo a última vez que quis vê-lo com a mesma intenção, então acho que pode
ser só interesse meu mesmo.
No fim das contas, talvez eu não saiba o que é esse afeto tão falado por aí. Aliás,
ainda tinha uma outra questão sobre carinho ou tentar manter o máximo de contato. É...
chequei o celular e o número até está nos favoritos na agenda telefônica, mas a última
ligação já se perdeu nas chamadas recentes. Não só isso, provavelmente meu WhatsApp
nunca o viu nos contatos frequentes. É um fato: nessa relação, não sei do que afeto se
trata. Pelo menos nunca percebi e, com isso, não sei se suprimo saudade, dor ou mesmo
alguma raiva, no entanto, há uma última possibilidade. Talvez eu esteja vendo a
situação como via de mão única. É possível que, mesmo sem eu saber como é e como
demonstrá-lo, ele me mostre há anos, sendo ignorado. Entretanto, se sendo meu genitor
ele não enraizou em mim esse tipo de relação desde quando nasci, O Tempo poderia
mudar?
O Tempo
Ei, Tempo, eu carrego comigo um conceito bem... natural, me diga depois se serve para você. Enfim, sempre considerei o tempo como um rio que corre em uma direção, o que acontece se nós remarmos contra essa correnteza? Não iremos sair do lugar. Bem, quando a gente segue o rumo da água, oportunidades podem surgir para fazer com que mudemos o nosso destino, mas também só vai depender de nós mesmos se vamos querer ou não mudar. Tudo pode acontecer, mas também quem decide será sempre você.
ResponderExcluirQue texto íntimo, Tempo! Senti muita verdade daqui. Sempre vi essas datas como um "lembrete" pra gente não esquecer de dizer um "eu te amo" ou um "eu me importo com você", ainda que de um jeito meio forçado e tosco. Periodicamente, é bom a gente ter um "motivo" que nos força a esses "compromissos diplomáticos" dos afetos. Assim, evita possíveis remorços de perceber que o tempo acabou e uma frase de carinho, mesmo que pronta, não tenha sido dita. Espero que a relação com o genitor se esclareça com o passar dos anos. Às vezes o perdão serve mais para nos livrar de dilemas do que para absolver certos culpados.
ResponderExcluirQue texto profundo, esse tema foi muito bom e atual, ótimo para refletir. Parabénssss
ResponderExcluirEu acho que assim como o tempo de verdade, O Tempo também consegue mudar e seguir em frente
ResponderExcluirTempo, me identifiquei mais com seu texto do que gostaria. Tentei escrever sobre mas é um conteúdo que me traz tanta culpa e ressentimento que, por enquanto, prefiro deixar ele recalcado. Vou me limitar a dizer que as pessoas sentem e demonstram sentimentos de formas diferentes. Mas será que seu caso é falta de afeto? Afinal, se você fosse tão indiferente assim, será que esse seria o tema que surgiria na sua cabeça ao pensar em um sentimento que te causa desconforto? Fica a reflexão.
ResponderExcluirTempo, me identifiquei muito com o seu texto! Eu sou uma pessoa próxima dos meus pais, de fato, mas sobre o resto da família? Como você disse, sem as "datas especiais" eu não veria nem metade! Acho importante, e isso eu acredito que serve tanto para você quanto para mim, manter um contato com a família mesmo que a gente não veja eles como pessoas tão importantes assim no nosso dia a dia, até mesmo para não nos sentirmos culpados ou ressentidos. Mas busque sempre estar com quem te faz se sentir especial, seja essa pessoa da família ou não! Pois a verdade é que "ser do mesmo sangue" não faz de ninguém uma pessoa legal e muito menos significa que essa pessoa vai trazer algo de bom para você. Um abraço!
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