O nosso passado foi baseado no nosso futuro. É comum a gente crescer pensando na
ideia de um futuro melhor. Mas o que é um futuro melhor? Atingiremos um futuro
melhor?
Nossos ciclos se resumem sempre em conquistas, que ao serem alcançadas perdem
algum valor. Estudar para passar no vestibular, se formar na faculdade, se especializar
para arrumar um bom emprego, arrumar um bom emprego, lutar para subir de cargo e
por aí vai. Nossa vida se caracteriza, muitas vezes, na busca de um futuro que nunca
vai acontecer, pois nunca estaremos satisfeitos, somos a geração ambiciosa, o que é
bom, mas não devemos deixar que essa nos consuma a ponto de nos privar de
momentos de pleno prazer.
Queremos ter dinheiro, ser reconhecido na profissão que escolhemos. É algo inerente
do ser humano, não é de todo mal, é justo. Mas até onde essa preocupação é
confortável? Eu tenho medo de fracassar, medo que pode me privar de colecionar
boas histórias.
Deveríamos aprender com as crianças. Valorizar a simplicidade. Certa vez propus a
minha prima de dez anos escolher um passeio para gente. Dei possibilidades das mais
diversas. A resposta dela foi surpreendente. Ela escolheu ficar em casa comigo e
pintar as unhas. Pode parecer algo inócuo, mas me fez analisar sobre nossa
necessidade de urgência de prosperidade, da nossa corrida contra o tempo que
ironicamente faz a gente perder o verdadeiro tempo. Devemos ignorar essa
competição de quem tem o melhor cargo ou qual amigo do ensino médio está melhor
de vida. O que é estar melhor de vida para você?
O clichê “a vida é um sopro” nunca fez tanto sentido, num contexto de pandemia,
onde batemos recordes de morte diariamente, muitas pessoas tiveram seu presente
interrompido sem ter desfrutado dele. São momentos para pensar, de sim almejar
uma situação financeira confortável, mas não deixar isso te consumir. Pensar na
morte, por mais angustiante que seja, pois não pensar nela nunca, é ignorar a única
certeza que nós temos do futuro. Vamos valorizar pequenos gestos e compartilhar a
vida com quem amamos. São tempos paradoxais, onde talvez pensar em futuro esteja
cada vez mais incerto e desafiador, mas também cada vez mais fixo em nossas mentes.
Devemos deixar de ser escravos do futuro e cada vez mais amigos do presente.
Evelyn Hugo.
Evelyn, que texto incrível. Reflexão urgente e necessária. A verdade é que o acaso é que manda e se o destino existe, existe pra nos pregar peças e fazer ressignificar. As incertezas do caminho podem ser tão mais lindas e emocionantes do que aquilo que planejamos. Basta saber apreciar e curtir o momento presente. Adorei. Parabéns pelo texto.
ResponderExcluirLindo texto, Evelyn! Concordo com você, acho que agora, mais que nunca, devemos valorizar nosso presente e as coisas simples do dia a dia. Adorei!!
ResponderExcluirQue texto lindo e necessário, amei demais. Parabéns pela percepção sobre a nossa realidade.
ResponderExcluirOi, Evelyn. Sabia que Schopenhauer já falava isso que você escreveu no texto? Ele escreveu que o ser humano sempre vai ficar nessa busca constante por causa do desejo, de uma maneira bem pessimista. Porém, eu concordo com você, é possível mudar sim, não seremos escravos do tempo.
ResponderExcluirEvelyn, que texto necessário. Me identifico muito com essa angústia. Saber dar valor ao nosso tempo é uma tarefa difícil, quando somos forçados a viver sempre para o futuro. Parabéns pelo texto, gostei muito, me trouxe um certo conforto sobre minhas próprias convicções.
ResponderExcluirEvelyn, você descreveu muito bem uma sensação que sempre me incomodou. É como se nós fossemos um cachorro correndo eternamente atrás do próprio rabo. Colocamos tanta importância nas nossas "conquistas" que esquecemos que as memórias que não vivemos não vão voltar em outras oportunidades. Quando voltarmos as aulas presenciais, vou levar um esmalte pra pintarmos as unhas enquanto admiramos o IACS.
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ExcluirObrigada, amei a ideia de levar esmalte para o IACS!!!
ExcluirEvelyn Hugo, primeiramente, adorei o seu nome! kkkkk E gostei muito do seu texto! "O que será do furturo?" é uma das maiores preocupações da humanidade, e, por isso, muitas doenças, como a ansiedade, foram desenvolvidas. Talvez, se vivessemos mais o presente, o nosso futuro já seria o sucesso que esperamos ou, até mesmo, muito melhor, não é verdade?
ResponderExcluirSim, devemos viver mais o presente!! Sobre o meu nome, eu amo esse livro.
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