Nasci em uma família de flamenguistas, mas demorou muito até que eu fosse ao
meu primeiro jogo no Maracanã. Minha mãe morre de medo de multidão e possíveis
brigas, então fui escondida com duas amigas minhas.
Chegamos antes, deixei minhas amigas comprando comida e fui procurar algum
lugar na Norte. Dei sorte, encontrei três lugares e me sentei, afinal o jogo não estava
perto de começar. Aproveitei para guardar ingresso, identidade, até que fui interrompida
por um anjo.
“Você ta esperando seu namorado?”. Oi, caro senhor que eu não conheço e tem
pelo menos vinte anos a mais do que eu, não é da sua conta. Era o que eu gostaria de ter
dito, mas respirei fundo. “Não.”
“Você ta esperando seu pai?” Eu não sei se foi por eu estar no auge dos meus
dezesseis anos, mas eu não estava entendendo o interrogatório. “Não...”
“Então esses lugares aí, você ta guardando pra quem?” Finalmente, percebi que
estava entendendo tudo errado e ele só queria se sentar. Como pude? “Ah, são para as
minhas amigas”. Ele não disse mais nada, apesar do olhar que eu notei receber, então,
dei a conversa como encerrada.
Minhas amigas chegaram e se sentaram ao meu lado para comer seus cachorros
quentes uma vez que, novamente, o jogo não estava para começar. Foi aí que percebi a
benção divina que foi ter aquele homem ao meu lado para nos trazer revelações que
seriamos incapazes de, como meras mulheres intrusas em um berço masculino, concluir
sozinhas.
“Vocês sabem que pra ver o jogo vocês precisam ficar em pé, né?”
Sara Maga
Uau. Homens sempre tão mais inteligentes e evoluídos. Ainda bem que ele avisou! Ufa! Mais um dia salvo por um herói!
ResponderExcluirEu entendo demais o seu incômodo com esse homem! Não tinha nenhuma necessidade dele ir ali fazer essas perguntas para você!
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, homens tão óbvios!
ResponderExcluirim-pres-si-o-nan-te
ResponderExcluirHomens sendo homens... Imagino uma parte 2 em que ele explica o que é impedimento e te questiona o nome dos jogadores!
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