Ciência, amor, vida e morte.

 

Ciência, amor, vida e morte.

     Sentir-se amado talvez seja a melhor sensação do mundo. Sentir-se amado alimenta a alma e dá significado à vida. Sentir-se amado provavelmente é o mais próximo que podemos chegar de, sentir-se vivo. Aos céticos, não os julgo por não acreditarem nessa baboseira de amor... mas sentir-se amado é ciência. Sentir-se amado libera doses extraordinárias (e necessárias) de dopamina. Sentir-se amado, é ciência.

     Era assim que eu me sentia com ele. Por mais que meu corpo estivesse em constante liberação de adrenalina, não havia ninguém que me trouxesse mais paz. Estar com ele era se sentir segura, amada. Sentir-se amada, era sentir-se viva.

     Mas nesse dia eu passei a entender os céticos. Por que acreditar na magia de algo que só nos leva ao topo da mais alta montanha de realização, pra nos derrubar dela depois? Me senti como uma criança, iludida pelos pais com o “na volta, compramos”,  ao perceber que foi enganada. Me senti como os torcedores que veem seu time saindo na frente na grande final mas perdem o jogo de virada nos últimos minutos. Me senti como um fã enlouquecido que passa horas na fila para assistir seu artista preferido mas, com o ingresso na mão, recebe a notícia de que o show foi cancelado. Perde-lo foi, sentir-se morta.

     Eu morri no dia em que nasci, porque ele morreu também. Eu perdi o meu grande amor, no dia do meu próprio aniversário. O meu dia, agora nosso, seria pra sempre marcado com o gosto enferrujado do seu sangue. Nesse dia, entendi que o amor, além de ciência, é cruel. Entendi que o amor, além de vida, é morte.

     Nesse dia, passei a entender muitas coisas e, desentender todas elas.

-Meu Primeiro Fake.