Solidão é isolamento. Solitude é isolamento voluntário. Sofrimento é o que Rômulo Castelo e sua
esposa, Marisa, demonstram de forma tão sutil que chega a ser profunda, logo no início de suas histórias.
Um cenário em que solidão e solitude se embaralham e, instintivamente, nos perguntamos: como não lidar
com isso?
A vida é mesmo muito confusa.
Enquanto Rômulo, intérprete clássico, se coloca em uma solitude que o separa do mundo, Marisa, mãe
e esposa, é colocada em uma posição solitária, sofrida. Percebo, então, no comportamento e no falar de
cada um deles, seus sentimentos. A esposa com um marido pianista, mas que, simplesmente, não
consegue escutar um dedilhar das teclas, não consegue sequer escutá-lo. O diálogo se embaralha junto ao
isolar distinto dos dois, as vozes se perdem.
Dois personagens. Dois sofrimentos. Um atrás da perfeição, marcado por uma possível autocensura,
por um possível passado rígido e traumático. Assim, tornou-se um homem que cobra de seus alunos e
alunas o mesmo rigor que lhe foi exigido. Do outro lado da casa, uma mulher querendo sonhar, querendo
apenas sentir. Uma mãe que ama o filho, uma esposa em silêncio, aprisionada em noites iguais.
Pensando sobre a vida fora da literatura, quantas pessoas que se perdem nesse embaralhar de solidão e
solitude conhecemos? Quantas sequer percebem isso nas próprias vidas? Você percebe? Interessante como
personagens que, de início, podemos achar completamente distantes de nossa realidade são capazes de
nos fazeer questionar tantas coisas. Questionar quem são estes personagens no nosso cotidiano.
A vida é mesmo muito confusa.
- Lia Navarrette
Gostei de como você descreveu os personagens relacionando com solidão, solitude e sofrimento. Os questionamentos ao longo do texto me fizeram entrar na escrita, mas acho que para que isso fique ainda melhor, mais imersivo para o leitor, poderia ser estruturado de outra forma.
ResponderExcluirAdorei a reflexão que você propôs com seu texto! Mas concordo com Sargento Santiago, de que, talvez estruturado de outra forma, o leitor conseguiria se conectar ainda mais com a sua escrita.
ResponderExcluirGostei do seu texto. A forma que escreveu me permitiu entrar na história e adorei o final também, relacionando com a vida de cada um.
ResponderExcluirDos textos que optaram por uma escrita mais analítica, este é o melhor.
ResponderExcluirGostei da relação inicial, ótimo questionamento, mas concordo com a Sargento, talvez mudar um pouco a estrutura traga um texto de melhor imersão.
ResponderExcluirAmei o texto, muito interessante a forma que abordou a realidade Marisa e Rômulo de maneira bem fluída
ResponderExcluirPra mim foi seu melhor texto, concordo com Santiago, a imersão se perde um pouco nas últimas linhas, mas nada que afete muito o texto no geral. Não sei se sou só eu, mas fico incomodada com a formatação errada do texto.
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