sexta-feira, 21 de abril de 2023

Crônica de Perry Katy

Difícil esquecer aquele 18 de junho, do toque de telefone que ecoa até hoje quando deito

a cabeça no travesseiro. Aquela ligação que me deu uma notícia inesperada, ou nem

tanto, sempre retorna como um furacão em minha mente, me fazendo pensar em como

tudo poderia estar hoje em dia se ela ainda estivesse aqui.

O dia 15 de janeiro sempre foi uma data muito esperada por parte da família,

principalmente por mim, meu aniversário e da minha madrinha, que era esposa do meu

tio, mas não diretamente da minha família.. Além de nascer no mesmo dia, nossa

conexão tinha uma paixão nos ligava ainda mais, o vôlei. Ela me apresentou o esporte

desde muito cedo, me levava para todos os jogos, me ensinava os cantos de torcida e me

fazia viver o até então Sesc-RJ como prioridade na minha lista de amores.

Numa noite chuvosa, deitada no sofá escuto o telefone tocar, como toda a família tinha

ido ao shopping e estava sozinha com meu avô, levantei para atender. A trágica notícia

de que minha maior parceira de arenas, capricorniana com exatamente as mesmas

manias que eu, havia me deixado para sempre. Imediatamente fiquei sem reação, tive

uma crise de choro e em seguida um completo apagão, só acordando no dia seguinte,

ainda em estado de choque.

Era meu primeiro velório, mas com apenas 14 anos de idade consegui compreender

enquanto olhava para ela com o semblante tranquilo, assim como nas vitórias do Sesc,

com a bandeira estendida sob si. Busquei entender dentro de mim motivos para

amenizar a dor e a saudade, pensei que seria como ela ao crescer, uma grande jornalista

esportiva, que apesar de ser cegamente apaixonada por seu clube de coração não

deixava seu trabalho impecável de lado e sempre tratava dos adversários com tanto

respeito.

Até hoje me inspiro nela, o vazio foi algo que nunca foi preenchido, os dias 15 de

janeiro nunca mais foram os mesmos, mas uma coisa nunca mudou e nunca vai mudar:

o amor que herdei pelo vôlei e principalmente por esse time serão eternos para mim.

Sempre que deito a cabeça no travesseiro me lembro do último abraço que dei nela, no

seu sorriso largo, mas quando fecho os olhos o toque daquele telefone ainda me

assombra.


3 comentários:

  1. Perry Katy, sinto pela sua perda. Que você siga com as conexões de vocês sempre firmes, o vôlei e o jornalismo.
    Gostei da forma como estruturou o texto e relatou o acontecimento, mas também achei que os inícios do primeiro e do segundo parágrafos ficaram um pouco confusos e repetitivos.

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  2. Interessante texto, mil perdões pela sua perda. Apenas tenho como crítica que você poderia melhorar a sua estruturação, e também tem certos erros de gramática que você poderia corrigir.

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  3. Sinto muito pela sua perda. Gostei do texto, das palavras usadas, só acho que você poderia ver melhor a questão da estrutura do texto.

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